Manifestantes pró e contra Lula fazem ato em frente ao STF
Os apoiadores do ex-presidente são mais numerosos, com cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Agência Brasil
Publicado em 22 de março de 2018 às 17h03.
Cerca de 350 manifestantes a favor e contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão em frente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), na Praça dos Três Poderes, acompanhando o julgamento do habeas corpus preventivo de Lula, que ocorre na tarde desta quinta-feira (22).
Os apoiadores do ex-presidente são mais numerosos, com cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Já integrantes de movimentos que pedem a prisão de Lula somam cerca de 50 pessoas.
A deputada federal Érika Kokay, presidente do PT no DF, diz esperar que o STF garanta o respeito à presunção de inocência de Lula, que ainda tem possibilidade de recorrer em instâncias superiores contra a condenação imposta em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no dia 24 de janeiro.
"Acolher esse habeas corpus é o Supremo dar uma demonstração de que respeita a lei maior do país, que é a Constituição Federal", afirmou a deputada, presente à manifestação. A petista ainda acrescentou que o partido não vai "aceitar passivamente" o que considera ser um "golpe de toga", caso a Corte rejeite o pedido do ex-presidente para não ser preso.
"Nós lutamos para que o Supremo garantisse o cumprimento de prisão após condenação em segunda instância. Agora, o que estamos vendo é a tentativa de reverter esse entendimento simplesmente para livrar Lula da prisão. Lula é um condenado da Justiça e precisa cumprir pena", criticou Ray Alves, integrante do grupo Rua Brasil. Segundo ela, militantes do movimento estão acampados na porta do do STF desde terça-feira (20) para pressionar os ministros. "Deixamos nossos afazeres para cobrar que a Justiça tem que valer para todos", completou.
Entenda o caso
Em janeiro, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre, condenou o ex-presidente à pena de 12 anos e um mês de prisão em regime inicialmente fechado no caso do triplex de Guarujá (SP). O tribunal é responsável por analisar os processos da Operação Lava Jato em segunda instância. No julgamento, desembargadores decidiram que a pena deverá ser cumprida quando não couber mais recurso ao TRF4. O único recurso possível já foi apresentado e será julgado na próxima segunda-feira (26).
A defesa do ex-presidente, porém, recorreu ao STF pedindo que Lula só seja preso quando não couber recurso a mais nenhuma instância da Justiça, ou seja, quando o processo transitar em julgado.
Em 2016, a maioria dos ministros do STF entendeu que a pena pode começar a ser cumprida após condenação na segunda instância da Justiça.