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Manifestações solitárias marcam julgamento do mensalão

Um forte esquema de segurança foi montado ao redor do prédio para evitar grandes manifestações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 17h40.

Brasília – O primeiro dia do julgamento do mensalão é marcado por protestos solitários do lado de fora da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Um forte esquema de segurança foi montado ao redor do prédio para evitar grandes manifestações. Até o início da sessão, por volta das 14h30, apenas cinco pessoas portavam cartazes e faixas na Praça dos Três Poderes.

Para o dentista Francisco Tabajara, 52 anos, o julgamento do mensalão começou de forma negativa, pois foram sete anos de atraso. Ele acredita que o STF precisa mudar. “Eu olhei o Judiciário, a Corte e vi muita decadência, ministros corrompidos”.

Tabajara se disse decepcionado com a falta de mobilização da sociedade. “Pensei que tinha mais gente. Acho decepcionante. Os estudantes, principalmente de direito, deveriam estar aqui. As pessoas só se mobilizam por salário”, criticou.

A estudante de ciências sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) Laila Tavares, 21 anos, veio a Brasília apenas para acompanhar o julgamento. Ela também se surpreendeu com a falta de manifestantes em frente ao STF. “Achei que vinha disputar lugar [em frente à grade de segurança que isola a sede]”. Para ela, os 38 réus do mensalão devem ser condenados. “Se [o processo] acabar em pizza, o que é justiça?”.

Em meio a essa apatia, um protesto bem humorado chamou a atenção das pessoas que estavam na Praça dos Três Poderes. O vigilante Uziel dos Santos, 36 anos, vestiu uma cueca cheia de dinheiro por cima da calça. “Estou representando um assessor do PT que guardou o dinheiro na cueca”.

Em Brasília há oito anos, o alagoano se diz apaixonado por política, no entanto, ficou um pouco desacreditado depois do episódio do mensalão. “Fiquei desesperançoso. Acredito que o STF vai punir severamente esses corruptos. Se absolverem, vai ser uma vergonha para o Brasil”.

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