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Mandetta defende adiar eleições de 2020 para conter coronavírus

Para o ministro da Saúde, disputas locais podem atrapalhar no combate ao coronavírus no país

Mandetta: ministro da saúde defendeu adiar as eleições após fazer reunião com prefeitos (Michel Jesus/Agência Câmara)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2020 às 13h14.

Última atualização em 22 de março de 2020 às 14h28.

O ministro da saúde , Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Congresso deveria adiar as eleições municipais deste ano, marcadas para outubro, para conter o avanço do novo coronavírus no país. O comentário foi feito durante reunião por videoconferência com prefeitos de capitais, neste domingo, 22.

Para Mandetta, a disputa eleitoral pode comprometer o foco dos gestores e causar uma "tragédia". "Faço aqui até uma sugestão. Está na hora de o Congresso falar: 'adia', faz um mandato desses vereadores e prefeitos. Eleição no meio do ano... uma tragédia, por que vai todo mundo querer fazer ação política", disse.

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O ministro fez o comentário em resposta a um dos prefeitos que mencionou dificuldades políticas com outros atores da região para adotar algumas medidas de contenção.

 

"Não é hora de falar sobre isso", cortou o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Em seguida, foi dada a palavra a um outro gestor, e não se tocou mais no assunto.

Desde que se intensificaram as consequências da pandemia, líderes do Congresso começaram a falar na possibilidade de adiar o pleito que escolherá os novos prefeitos e vereadores.

Bolsonaro volta a criticar "alarmismo"

Ao lado do ministro da Saúde na reunião, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o que chama de "alarmismo" na crise do novo coronavírus. "Há um alarmismo muito grande por grande parte da mídia. Alguns dizem que estou na contramão. Eu estou naquilo que acho que tem que ser feito. Posso estar errado, mas acho que deve ser tratado dessa maneira" afirmou.

Mandetta tem liderado as ações do governo federal no combate à pandemia. O presidente também disse que a situação da doença no Brasil não deve ser comparada à de países da Europa.

"Não podemos nos comparar com a Itália. Lá o número de habitantes por quilômetro quadrado é 200. Na França, 230. No Brasil, 24. O clima é diferente. A população lá é extremamente idosa. Esse clima não pode vir pra cá porque causa certa agonia e causa um estado de preocupação enorme. Uma pessoa estressada perde imunidade", afirmou o presidente.

Bolsonaro deixou a reunião antes do fim. Chegou à sede do Ministério da Saúde às 9h42 e deixou o local às 11h26. Ao deixar a videoconferência, o presidente parabenizou os prefeitos por colocarem "o interesse público acima de qualquer coisa".

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