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Manchas de óleo atingem litoral do Rio de Janeiro

Material é compatível com o encontrado no litoral da região Nordeste e Espírito Santo

Dez dias atrás, o óleo derramado na costa do Nordeste já alcançava sete praias do Espírito Santo e autoridades temiam que ele pudesse chegar ao Rio de Janeiro nos dias seguintes. (Lucas Landau/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2019 às 12h03.

Última atualização em 23 de novembro de 2019 às 16h04.

Rio - O derramamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste e do Espírito Santo chegou ao estado do Rio de Janeiro, segundo o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo ( ANP ) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( IBAMA ).

O órgão informou neste sábado (23) que, ontem (22), pequenos fragmentos do material - cerca de 300 gramas - foram detectados e removidos na Praia de Grussaí, em São João da Barra, no litoral norte fluminense.

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"O material foi analisado pelo Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e constatado como compatível com o óleo encontrado no litoral da região Nordeste e Espírito Santo", afirmou o grupo no texto.

"Um grupamento de militares da MB já se encontra no local efetuando monitoramento e limpeza. Servidores do Ibama se juntarão a essa equipe no dia de hoje sábado, 23."

O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que avalia a necessidade de interdição da Praia de Grussaí, onde foram detectados os fragmentos de óleo. Segundo o MP, que instaurou um procedimento administrativo para acompanhar o avanço da mancha, a medida visa proteger banhistas e a população local do risco de contaminação.

A necessidade de interdição será avaliada pela 2ª Promotoria de Justiça de São João da Barra, junto à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e à Defesa Civil.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse hoje (23) que não há como saber quanto de óleo foi derramado próximo à costa brasileira, segundo a Agência Brasil. Para o presidente, é preciso estar preparado para o pior cenário.

"Gostaríamos muito que fosse identificado quem, no meu entender, cometeu esse ato criminoso. Agora, não sabemos quanto de óleo tem no mar. Na pior hipótese, um petroleiro, caso tenha jogado no mar toda sua carga, menos de 10% chegou à nossa costa, ainda. Nos preparemos para o pior. Pedimos a Deus que isso não aconteça", disse durante evento na Vila Militar do Rio de Janeiro.

Regiões afetadas

O misterioso derramamento de óleo começou a sujar as praias da região nordeste no final de agosto, com as primeiras machas chegando no estado da Paraíba. Em seguida, espalhou-se em grandes quantidades e, no início de novembro, chegou estado do Espírito Santo (sudeste), ao norte do Rio.

Com o Rio de Janeiro, subiu para onze o número de estados  brasileiros atingidos pelo poluente. Até o início de novembro, eram 409 localidades afetadas.

Dez dias atrás, o óleo derramado na costa do Nordeste já alcançava sete praias do Espírito Santo e autoridades temiam que ele pudesse chegar ao Rio de Janeiro nos dias seguintes.

De acordo com Humberto Barbosa, coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas, a direção e intensidade das correntes marítimas e ventos na superfície do mar seriam determinantes para a chegada do óleo ao Rio.

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