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Mais de 57% das estradas brasileiras têm problemas, diz CNT

Pesquisa mostra também que 26,9% das rodovias do país estão em situação critica

“Se o governo não resolver os problemas das rodovias, o Brasil vai sofrer um colapso de transporte" alerta o CNT (Valter Campanato/Agência Brasil)

“Se o governo não resolver os problemas das rodovias, o Brasil vai sofrer um colapso de transporte" alerta o CNT (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 12h23.

Brasília - Mais da metade das rodovias brasileiras pavimentadas apresentam problemas, segundo a 15ª pesquisa de rodovias divulgada hoje (26) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foram avaliados 92.747 quilômetros (km) de rodovias. Destes, 53.226 km, o que corresponde a 57,4% do total, apresentaram “algum tipo de deficiência”. De acordo com a pesquisa, 24.899 km “estão em situação crítica”. Isso corresponde a 26,9%.

A pesquisa aponta que, em relação ao pavimento, 44.479 km (47,9%) têm problemas; e, em relação à sinalização, esse número sobe para 52.738 km, ou 56,9% do total analisado. Além disso, em 88,3% dos trechos analisados predominam pistas simples de mão dupla. Em condições favoráveis, avaliado como ótima ou boa condição pelo estudo, estão 39.521 km, o que corresponde a 42,6% da extensão pesquisada.

“Se o governo não resolver os problemas das rodovias, o Brasil vai sofrer um colapso de transporte. A proposta de desenvolvimento para os próximos anos estará comprometida, caso não sejam feitos os investimentos necessários”, alerta o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. A CNT avalia que serão necessários R$ 200 bilhões em investimentos apenas em rodovias, para deixá-las em boas condições. Em 2010 foram investidos apenas R$ 13 bilhões. Destes, R$ 9 bilhões tiveram como destino as rodovias federais.

A situação, avalia ele, piorou, na comparação com a pesquisa feita em 2010. “Em relação ao passado, se verifica um decréscimo em termos de qualidade. Nossa grande preocupação é que, no ano em que o governo mais investiu em rodovias, o cenário não mudou. Isso mostra que o governo não está investindo de forma correta. Existe um problema gerencial que precisa ser muito bem equacionado de forma rápida”, disse o pesquisador.

“E quem acaba pagando por isso é a indústria, que perde competitividade, e o consumidor que acaba pagando mais caro pelos produtos. Isso sem falar no maior número de mortes nas estradas”, acrescentou.

O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, avalia que, na comparação com a pesquisa anterior, feita em 2010, houve aumento também no número de pontos críticos, passando de 109 para 219 em 2011.

Na tentativa de quantificar o que se perde no país em função do mau estado das rodovias, a CNT fez uma simulação envolvendo a principal commoditie brasileira em um dos principais trechos rodoviários do país. O impacto econômico chega a 13% do valor do frete relativo ao escoamento de 40 toneladas de soja nos 2.586 km entre Lucas do Rio Verde (MT) e Paranaguá (PR).

“Nessa simulação, o custo adicional por carreta foi de R$ 1.540, ou R$ 38,5 por tonelada de carga. Os 13% do valor do frete nesse deslocamento se tornam prejuízo incorporado ao produto, e o custo operacional adicional equivale a 16,7% do valor total de deslocamento, devido ao pavimento na rota estudada”, disse Batista.

Para que a pesquisa fosse feita, a CNT utilizou 17 equipes espalhadas pelo país durante 39 dias de coleta em campo. As rodovias pesquisadas abrangem toda a malha rodoviária federal pavimentada, os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas e as rodovias concedidas.

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