Maioria dos brasileiros tem excesso de peso, mostra pesquisa
Em oito anos, o número de brasileiros adultos acima do peso subiu quase 10 pontos porcentuais
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2015 às 12h54.
Brasília - Em oito anos, o número de brasileiros adultos acima do peso subiu quase 10 pontos porcentuais e hoje a maioria da população já apresenta sobrepeso.
Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde sobre obesidade no País mostra que 52,5% da população adulta já tem excesso de peso, quando há nove anos eram 43% - um crescimento de 23% no período.
Desses, 17,9% são obesos. Apesar da estabilidade há três anos da obesidade, outros fatores de risco para as doenças crônicas têm crescido. Em 2014, 20% dos entrevistados declararam ter diagnóstico de excesso de colesterol.
As chamadas doenças crônicas, causadas por fatores de risco como alimentação ruim, consumo de tabaco e álcool, são responsáveis por 72% das mortes no Brasil, cerca de 700 mil por ano.
A pesquisa Vigitel faz o acompanhamento dos fatores de risco há nove anos e, entre fevereiro e dezembro de 2014, entrevistou por telefone 40.853 pessoas com mais de 18% em todas as capitais e no Distrito Federal.
Os dados mostram que o excesso de peso é maior entre os homens: 56,5% deles estão acima do peso, enquanto entre as mulheres o índice é de 49,1%.
O excesso também varia de acordo com a faixa etária. Entre 18 e 24 anos, a taxa é alta, de 38% da população, mas bem inferior a das pessoas entre 45 e 64 anos, que passa de 61%.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a boa notícia da pesquisa é que o Brasil não mostra mais uma tendência de crescimento disparado do sobrepeso e da obesidade, como ocorre em outros países, mas uma redução do ritmo.
"Parando de crescer vamos começar a poder trabalhar com metas de redução. Tanto nosso plano quanto o da OMS hoje é deter, porque a redução ainda é muito difícil", afirmou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda manter os índices de obesidade da população em 15%. No Brasil, nos últimos três anos, o número variou de 17,4% a 17,9%, mas, de acordo com o ministério, a variação está dentro da margem de erro da pesquisa.
O levantamento mostra ainda uma relação direta entre escolaridade e excesso de peso. Pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade têm menores frequências de obesidade, 12,3%. Com 0 a 8 anos de escolaridade, o índice sobe para 22,7%.
"Podemos creditar isso a mais informação, mais acesso a alimentação saudável e exercícios. Pode ser um fator importante no futuro para deter obesidade e excesso de peso", afirmou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta.
Ainda assim, a pesquisa feita em 2014 mostra também que os brasileiros estão se exercitando mais e comendo menos gordura.
Cerca de 35% da população declarou se exercitar regularmente, pelo menos 150 minutos por semana, 18% a mais do que o período da última pesquisa, há seis anos.
Nessa conta, o ministério leva em consideração exercícios regulares, exercícios no deslocamento para o trabalho - caminhar, ir de bicicleta, por exemplo - ao trabalho ou tarefas domésticas.
Ainda assim, 15% dos entrevistados declararam não ter feito nenhum desses quatro tipos no último ano.
Apesar do aumento na quantidade de pessoas que se exercitam, o impacto no sobrepeso ainda não é tão alto.
"O aumento sobrepeso tem a ver não só com exercícios, mas com a alimentação. Se não tivesse aumento nos exercícios, teríamos com certeza mais obesidade e mais sobrepeso", afirmou Chioro.
Apesar de registrarem mais aumento de peso, os homens dizem se exercitar mais: 41,6% disseram praticar a quantidade recomendada de exercícios físicos, enquanto apenas 30% das mulheres fazem o mesmo.
Também diminuiu o número de pessoas que ficam pelo menos três horas por dia assistindo a tevê, de 31% para 25%.
Entre as capitais, Florianópolis se mantém como a capital onde mais pessoas mantêm o hábito de se exercitar regularmente - e, não por acaso, a cidade onde há menor índice de adultos obesos -, enquanto São Paulo fica em último lugar.
De acordo Déborah Malta, esse mau resultado seria causado pelas dificuldades de vida em uma grande metrópole, especialmente pelo tempo gasto em deslocamento do trabalho para casa e vice-versa.
De acordo com o Ministério da Saúde, os brasileiros ainda mantêm o hábito positivo de consumir uma quantidade variada de frutas e hortaliças e mais de um terço declararam fazê-lo no mínimo cinco vezes por semana, mesmo que o consumo seja abaixo da quantidade recomendada pela OMS, de cinco ou mais porções diárias.
Os brasileiros também estão consumindo menos refrigerantes e menos carnes com excesso de gordura. O índice caiu de 32% para 24% entre 2007 e 2014, mas, entre os homens, 38,4% declararam continuar consumindo carnes com gordura.
A pesquisa registra ainda o crescimento de mais um hábito negativo: 15% das famílias declararam substituir almoço ou jantar por um lanche pelo menos sete vezes por semana.
Brasília - Em oito anos, o número de brasileiros adultos acima do peso subiu quase 10 pontos porcentuais e hoje a maioria da população já apresenta sobrepeso.
Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde sobre obesidade no País mostra que 52,5% da população adulta já tem excesso de peso, quando há nove anos eram 43% - um crescimento de 23% no período.
Desses, 17,9% são obesos. Apesar da estabilidade há três anos da obesidade, outros fatores de risco para as doenças crônicas têm crescido. Em 2014, 20% dos entrevistados declararam ter diagnóstico de excesso de colesterol.
As chamadas doenças crônicas, causadas por fatores de risco como alimentação ruim, consumo de tabaco e álcool, são responsáveis por 72% das mortes no Brasil, cerca de 700 mil por ano.
A pesquisa Vigitel faz o acompanhamento dos fatores de risco há nove anos e, entre fevereiro e dezembro de 2014, entrevistou por telefone 40.853 pessoas com mais de 18% em todas as capitais e no Distrito Federal.
Os dados mostram que o excesso de peso é maior entre os homens: 56,5% deles estão acima do peso, enquanto entre as mulheres o índice é de 49,1%.
O excesso também varia de acordo com a faixa etária. Entre 18 e 24 anos, a taxa é alta, de 38% da população, mas bem inferior a das pessoas entre 45 e 64 anos, que passa de 61%.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a boa notícia da pesquisa é que o Brasil não mostra mais uma tendência de crescimento disparado do sobrepeso e da obesidade, como ocorre em outros países, mas uma redução do ritmo.
"Parando de crescer vamos começar a poder trabalhar com metas de redução. Tanto nosso plano quanto o da OMS hoje é deter, porque a redução ainda é muito difícil", afirmou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda manter os índices de obesidade da população em 15%. No Brasil, nos últimos três anos, o número variou de 17,4% a 17,9%, mas, de acordo com o ministério, a variação está dentro da margem de erro da pesquisa.
O levantamento mostra ainda uma relação direta entre escolaridade e excesso de peso. Pessoas com 12 anos ou mais de escolaridade têm menores frequências de obesidade, 12,3%. Com 0 a 8 anos de escolaridade, o índice sobe para 22,7%.
"Podemos creditar isso a mais informação, mais acesso a alimentação saudável e exercícios. Pode ser um fator importante no futuro para deter obesidade e excesso de peso", afirmou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta.
Ainda assim, a pesquisa feita em 2014 mostra também que os brasileiros estão se exercitando mais e comendo menos gordura.
Cerca de 35% da população declarou se exercitar regularmente, pelo menos 150 minutos por semana, 18% a mais do que o período da última pesquisa, há seis anos.
Nessa conta, o ministério leva em consideração exercícios regulares, exercícios no deslocamento para o trabalho - caminhar, ir de bicicleta, por exemplo - ao trabalho ou tarefas domésticas.
Ainda assim, 15% dos entrevistados declararam não ter feito nenhum desses quatro tipos no último ano.
Apesar do aumento na quantidade de pessoas que se exercitam, o impacto no sobrepeso ainda não é tão alto.
"O aumento sobrepeso tem a ver não só com exercícios, mas com a alimentação. Se não tivesse aumento nos exercícios, teríamos com certeza mais obesidade e mais sobrepeso", afirmou Chioro.
Apesar de registrarem mais aumento de peso, os homens dizem se exercitar mais: 41,6% disseram praticar a quantidade recomendada de exercícios físicos, enquanto apenas 30% das mulheres fazem o mesmo.
Também diminuiu o número de pessoas que ficam pelo menos três horas por dia assistindo a tevê, de 31% para 25%.
Entre as capitais, Florianópolis se mantém como a capital onde mais pessoas mantêm o hábito de se exercitar regularmente - e, não por acaso, a cidade onde há menor índice de adultos obesos -, enquanto São Paulo fica em último lugar.
De acordo Déborah Malta, esse mau resultado seria causado pelas dificuldades de vida em uma grande metrópole, especialmente pelo tempo gasto em deslocamento do trabalho para casa e vice-versa.
De acordo com o Ministério da Saúde, os brasileiros ainda mantêm o hábito positivo de consumir uma quantidade variada de frutas e hortaliças e mais de um terço declararam fazê-lo no mínimo cinco vezes por semana, mesmo que o consumo seja abaixo da quantidade recomendada pela OMS, de cinco ou mais porções diárias.
Os brasileiros também estão consumindo menos refrigerantes e menos carnes com excesso de gordura. O índice caiu de 32% para 24% entre 2007 e 2014, mas, entre os homens, 38,4% declararam continuar consumindo carnes com gordura.
A pesquisa registra ainda o crescimento de mais um hábito negativo: 15% das famílias declararam substituir almoço ou jantar por um lanche pelo menos sete vezes por semana.