Maia marca votação da denúncia contra Temer para 2 de agosto
A decisão foi tomada logo depois de ter sido aprovado na CCJ o relatório que recomenda o arquivamento da denúncia contra Temer
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de julho de 2017 às 21h23.
Última atualização em 13 de julho de 2017 às 21h46.
Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta quinta-feira, 13, que a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer em plenário acontecerá no dia 2 de agosto.
"É a melhor data. Foi um acordo entre a base e a oposição", disse Maia. Segundo ele, a sessão vai ter início às 9h e deve ser concluída no mesmo dia.
Haverá 25 minutos para o defesa de Temer se manifestar e 25 minutos para o relator, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que votou pela rejeição da denúncia. A data foi anunciada após uma reunião com os líderes da Casa.
O governo começou a admitir a votação em agosto no início desta quinta-feira, após constatar que não conseguiria mobilizar o quórum necessário de 342 deputados para dar início à votação nos próximos dias, já que a oposição ameaçava obstruir a sessão e muitos deputados da base já estariam fora de Brasília por conta do recesso parlamentar.
Maia disse, no entanto, que a sua intenção era realizar a votação já na segunda-feira, 17.
"A minha proposta era dia 17 de julho, mas o governo percebeu que era muito difícil chegar a 342 deputados na Casa com a oposição fazendo obstrução", disse. Líderes da base tentaram manter o otimismo após o anúncio da data.
"O governo terá os votos necessários para barrar a denúncia hoje ou em agosto", disse o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
A oposição, no entanto, espera que fatos novos, como o fechamento de acordos de delação premiada por parte do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro desgastem ainda mais o governo.
Primeiro na linha sucessória, Maia pode se beneficiar desse adiamento, já que assumiria a Presidência em um eventual afastamento de Temer.
Apesar do apelo da base, o presidente da Câmara não cedeu e manteve o número mínimo de 342 deputados no plenário para dar início à votação.
Segundo ele, qualquer outro cenário poderia ser contestado no Supremo Tribunal Federal (STF).