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Maia diz que Luciano Huck e DEM estão tentando construir projeto

Segundo o presidente da Câmara, o DEM estará apto a comandar uma aliança de centro-direita para as eleições presidenciais de 2022

Luciano Huck: apresentador flerta com a presidência desde 2018 (Sandra Blaser/WEF/Flickr)

Luciano Huck: apresentador flerta com a presidência desde 2018 (Sandra Blaser/WEF/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de novembro de 2020 às 13h43.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou neste domingo que seu partido, o Democratas (DEM), está se preparando para liderar um projeto de centro-direita para as eleições de 2022. Maia confirmou o diálogo com Luciano Huck, mas não confirmou se o apresentador de TV seria o candidato de uma eventual chapa e ainda refutou que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro se encaixe numa possível aliança.

Maia conversou com jornalistas no fim da manhã deste domingo, depois de votar na Escola Municipal Professora Zuleika Nunes Alencar, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

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"Eu tenho intenção de participar de um projeto que não esteja nos extremos, um projeto aonde o diálogo prevaleça, aonde a gente possa construir dialogando com toda a sociedade de fato um projeto de recuperação econômica para o nosso País, que possa construir um país de menos desigualdades, com serviços de melhor qualidade. Eu acho que o Luciano está tentando construir esse projeto, o DEM está tentando construir. Acho que todos nós que temos uma linha de pensamento convergente, principalmente do ponto de vista econômico-social, que é uma linha mais liberal, mais de centro-direita. Acho que a gente tem que estar dialogando, construindo caminhos e conversando com todos", disse Rodrigo Maia, quando questionado sobre seu possível interesse em uma aliança com Huck em 2022.

Segundo o presidente da Câmara, o DEM estará apto a comandar uma aliança de centro-direita para as eleições presidenciais de 2022. "O Luciano está tentando construir um projeto, o DEM também, e aí quem vai comandar esse projeto é uma questão que o tempo vai dizer. O DEM, acho que na eleição de hoje, no segundo turno, vai se classificar para comandar esse processo", afirmou.

Quanto à possível participação de Moro, Maia afirmou que "teria muita dificuldade". "Com todo respeito ao ministro Moro que eu tenho, acho que ele não faz parte desse ambiente de mais diálogo. Mas com o Luciano (Huck) nós não temos nenhum problema. Agora, quem vai liderar o campo do centro, o campo mais liberal na economia, o tempo vai dizer. O DEM está se preparando para isso", disse.

Segundo ele, o DEM está aberto também ao diálogo com todos os partidos de centro-esquerda, incluindo PT e PDT, mencionando seu bom relacionamento com Ciro Gomes. "Eu acho que a gente tem que dialogar com todo mundo, sabendo que a gente não pode abrir mão dos nossos princípios. É isso que pode, lá na frente, inviabilizar uma aliança da centro-direita com a centro-esquerda. Mas o diálogo é sempre importante", ponderou Maia.

"Acho até que partidos de centro-esquerda também devem dialogar para que a gente possa reduzir a força desses extremos que têm gerado interrupção de diálogo e às vezes reações muito duras dentro da própria sociedade", mencionou.

Questionado sobre o desempenho pouco expressivo nas pesquisas de candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro no pleito deste ano, Maia justificou que a influência do presidente agora é menor, principalmente nas capitais.

"Acho que havia um sentimento em 2018 que ele acabou representando, mas que não necessariamente era a base dele. Ele foi um candidato até a reta final, ou da facada, ou da decisão do voto útil, o Bolsonaro era um candidato de 18% ou 20%, e avaliação positiva dele era perto a isso, 23%, 24% de ótimo e bom àquela época. Acho que agora está representando na verdade o tamanho do núcleo dele, que era muito menor que as 46% das intenções de votos que ele teve. Voltou ao tamanho normal, e aí a influência é menor, principalmente nas capitais, onde a cobrança da sociedade é sempre muito maior que nos municípios do interior", justificou.

Segundo Maia, as eleições municipais de 2020 foram diferentes, com mais campanha virtual e menos eventos, mas as pesquisas de intenção de votos mostram a recuperação dos políticos mais experientes.

"A sociedade em 2018 apostou em renovação, em mudança, em pessoas que nunca tinham participado da política, e a gente viu aqui no Rio de Janeiro qual foi o resultado. Então acho que vamos ter resultado de uma eleição menos radicalizada, menos polarizada, menos extremada, mais focada nos assuntos dos municípios. É o que espero que aconteça. O DEM acho que vai ter excelente desempenho nas grandes cidades e isso vai ser uma sinalização importante pro nosso processo de refundação do partido que começou em 2007", afirmou Maia.

O presidente da Câmara dos deputados mencionou o bom desempenho de candidatos do DEM nas pesquisas eleitorais em cidades como Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís e Macapá. "O partido vai se fortalecendo e construindo um espaço forte, um espaço que seja mais liberal na economia, menos extremado nos valores. Uma agenda mais pelo desenvolvimento do País, de crescimento, de redução de desigualdades", declarou.

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