TEMER: Machado disse que o presidente interino teria requisitado 1,5 milhão de reais para a campanha de Gabriel Chalita / Beto Barata/PR
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 18h57.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.
Chegou a Temer
Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que o presidente interino Michel Temer teria requisitado 1,5 milhão de reais para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. A propina teria sido paga por meio da empreiteira Queiroz Galvão. Embora já tivesse sido citado como padrinho político de investigados na Lava-Jato, é a primeira vez que Temer é implicado diretamente nas propinas. Ele nega as acusações.
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Não só ele
Na delação, Machado implica pelo menos mais 20 políticos. Além de Temer, foram citados o ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Aécio Neves e deputados como Heráclito Fortes, Jandira Feghali e Marco Maia. Aécio teria recebido 1 milhão de reais em dinheiro vivo, além de ajuda para doar a candidatos a deputado federal que depois colocariam Machado como presidente da Câmara. Sarney teria recebido 18,5 milhões de Machado, sendo 16 milhões em espécie, e Calheiros, que levou 32 milhões, foi o que mais recebeu.
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O esquema
Machado disse que “a Petrobras é a dama mais honesta dos cabarés do Brasil”. Segundo ele, isso queria dizer que, mesmo com os esquemas, a empresa estatal ainda é bem regulamentada se comparada com outros órgãos públicos. Machado disse que, em nível federal, o valor destinado à corrupção costuma ser de 3% dos contratos fechados. No nível estadual, de 5% a 10%; e, no nível municipal, de 10% a 30%.
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Máfia da merenda
A investigação sobre a Máfia da Merenda, que desviava o dinheiro destinado à alimentação em colégios em São Paulo, deverá passar para as mãos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Isso acontece porque a maior parte do dinheiro desviado vinha de projetos federais. O esquema envolveu o ex-presidente da Assembleia Legislativa do estado Leonel Julio e o atual presidente, Fernando Capez, aliado do governador Geraldo Alckmin.
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Dilma e as pedaladas
O Tribunal de Contas da União deu 30 dias para a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff explicar as pedaladas cometidas em 2015. O governo não pagou 13 bilhões de reais em dívidas com o Banco do Brasil ao longo do ano e emitiu decretos para que pudesse continuar gastando, mesmo que não houvesse saldo para isso. Ao todo, são 22 indícios de irregularidades. A presidente sofre o processo de impeachment pelos mesmos motivos, mas os processos não têm relação.