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Lula sinaliza que não pretende ser candidato em 2018

Lula revelou ainda que seu plano era que Eduardo Campos - candidato do PSB morto em acidente aéreo - tivesse sido vice de Dilma na reeleição


	Luiz Inácio Lula da Silva: em entrevista à Radio Metropolitana, de Salvador, Lula disse que gostou de ser presidente, mas que não tem saudades
 (Hugo Villalobos/AFP)

Luiz Inácio Lula da Silva: em entrevista à Radio Metropolitana, de Salvador, Lula disse que gostou de ser presidente, mas que não tem saudades (Hugo Villalobos/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 15h16.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou na manhã desta sexta-feira, 23, que não quer ser candidato à Presidência em 2018.

Em entrevista à Radio Metropolitana, de Salvador, Lula disse que gostou de ser presidente, mas que não tem saudades.

"É bom ser presidente, eu gostei, mas gostei porque deu certo. Espero que a gente crie condições de ter outros candidatos. Eu já estou com 70 anos, vou fazer terça-feira (27). Por mais que eu esteja bem e estou bem, sei que não tenho mais o vigor físico que eu tinha aos 55 anos", disse o ex-presidente. 

"Sou muito pragmático em Brasília, sinceramente gostaria que não fosse eu o candidato outra vez. Gostaria que nós tivéssemos uma pessoa mais nova, mais competente. O Brasil precisa de novas lideranças", completou.

Lula revelou ainda que, no passado, seu plano era que Eduardo Campos - candidato do PSB que morreu em acidente aéreo no ano passado - tivesse sido vice de Dilma na reeleição e fosse sucessor dela em 2018.

O ex-presidente não comentou, no entanto, que Campos havia rompido com o PT um ano antes de sua morte.

"Se tudo tivesse dado certo, como eu pensei, o Eduardo Campos teria sido vice da Dilma e depois ele seria candidato a presidente em 2018. Mas, o rio mudou de curso, não deu certo, vamos preparar agora quem é que está bom para 2018."

Lava Jato

O entrevistador Mário Kertész, com quem Lula tem proximidade, perguntou ao ex-presidente o que achava das "tentativas da oposição" de envolvê-lo na operação Lava Jato.

Lula disse que está tranquilo e que considera natural as ações da oposição. "O papel da oposição é tentar matar o seu adversário. Se não posso na política, vou tentar algum outro jeito. Antigamente, se esperava atrás de uma moita e matava."

"Eles já estão preocupados com 2018, em evitar a possibilidade de o Lula voltar - e eu nunca disse a ninguém que vou voltar", afirmou.

Lula disse ainda que a oposição pensa que tem que "colocar um monte de bazuca e queimar fogo todo dia nesse baixinho para ele não se meter a besta".

Lula disse novamente que, apesar do que diga a oposição, o PT não está "morto" e fez uma referência indireta à disputa na capital paulista em 2016, quando o petista Fernando Haddad tentará a reeleição para a Prefeitura.

"As pessoas são burras de não perceber que cada eleição é uma eleição, cada cidade tem uma história. O cara não vai votar no prefeito pensando na presidenta, não. O cara vai votar no prefeito pensando na sua cidade."

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