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Lula lidera com 42%, contra 27% de Bolsonaro, diz EXAME/IDEIA

O primeiro semestre é decisivo para o presidente Bolsonaro porque ele tende a definir como um candidato à reeleição deve se sair

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. (Bolsonaro: Andressa Anholete / Lula: Minas/Bloomberg/Getty Images)

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. (Bolsonaro: Andressa Anholete / Lula: Minas/Bloomberg/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 09h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 12h41.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida ao Palácio do Planalto, com  42% das intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA. O presidente Jair Bolsonaro (PL) está em segundo lugar, com 27%, seguido de Sergio Moro (Podemos), com 10%, e Ciro Gomes (PDT), com 8%.

A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 22 de fevereiro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-05955/2022. A pesquisa EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Leia o relatório completo aqui. 

Estimulada

(Arte/Exame)

(Arte/Exame)

Espontânea

(Arte/Exame)

Se comparada com a última pesquisa, publicada há um mês, Bolsonaro cresceu no limite da margem de erro - na época estava com 24% das intenções de voto no primeiro turno -, o que pode indicar um aumento. Apesar disso, Maurício Moura, fundador do IDEIA, reforça que se fizer um paralelo a outros presidentes que tentaram reeleição o atual ocupante do Palácio Planalto está em situação pior.

“Os indicadores de Bolsonaro continuam piores comparados aos pares que tentaram reeleição, como a avaliação de governo, que melhorou um pouco, e a intenção de voto espontânea. Vale ressaltar que a gente vê indicadores de rejeição muito altos”, afirma o fundador do IDEIA.

O primeiro semestre é decisivo para o presidente Bolsonaro porque ele tende a definir como um candidato à reeleição deve se sair, como explica Maurício Moura. “O primeiro semestre costuma ser um período de recuperação. Isso aconteceu com Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff e parece que há sinais de que pode acontecer com o Bolsonaro”, diz.

Em um eventual segundo turno, Lula lidera todos os cenários. Contra Bolsonaro, o petista tem 49% das intenções de voto, e o atual presidente tem 35%. É a menor margem entre todos os nomes testados contra o ex-presidente, o que indica uma alta disputa entre os dois, e uma terceira via enfraquecida.

(Arte/Exame)

Terceira via ainda embolada

Desde que foi lançado como pré-candidato pelo Podemos, Sergio Moro ocupou a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto. Ciro Gomes, está tecnicamente empatado com ele, dentro da margem de erro. Maurício Moura explica que os próximos meses serão decisivos para a definição de um nome que eventualmente rivalize com Lula e Bolsonaro.

“Fizemos duas simulações no primeiro turno, uma com Rodrigo Pacheco e outra com o Eduardo Leite, potencial candidato do PSD, informação que tem circulado nos últimos tempos. A pesquisa mostra que mesmo que o Eduardo Leite tenha perdido as prévias do PSDB para o João Doria, estatisticamente eles estão empatados na estimulada e na espontânea. E isso dá o gancho para dizer que os números da terceira via ainda são bastante precários”, diz.

Em entrevista durante o CEO Conference, evento promovido pelo BTG Pactual, Doria admitiu, pela primeira vez, que pode desistir de ser candidato “lá na frente” caso não melhore sua pontuação nas pesquisas de intenção de voto. “Se lá na frente eu precisar oferecer o meu apoio para não ter dicotomia [de Lula e Bolsonaro] estarei ao lado daquele, e de quantos que serão capacitados, para ganhar”, afirmou.

Ainda segundo a pesquisa EXAME/IDEIA, 66% dos brasileiros dizem que o voto já está decidido. Entre aqueles que dizem que pode mudar (31%), a maior parte, 55%, dizem que vão definir o seu candidato à presidência até agosto. “Isso mostra que o tempo está passando para a terceira via e tem pouco espaço para ocupar o imaginário da opinião pública”, enfatiza Maurício Moura.

Desaprovação de Bolsonaro em 50%

Com relação direta ao desempenho eleitoral, a desaprovação de Bolsonaro chega a 50%, uma das mais altas da série histórica, desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019, mas inferior em relação à última pesquisa, quando 55% de brasileiros não aprovavam a maneira como Bolsonaro governa.

“Vale ressaltar que os indicadores de Bolsonaro continuam piores comparados aos pares que tentaram reeleição, como a avaliação de governo, que melhorou um pouco, e a intenção de voto espontânea. Vale ressaltar que a gente vê indicadores de rejeição muito altos, como a pergunta sobre se ele merece ser reeleito, com 61% dizendo que não”, diz o fundador do IDEIA.

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