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Lula ajudou Collor a tentar crédito para usinas, diz Cerveró

Cerveró contou que Lula intermediou uma reunião de Collor com a BR Distribuidora para conseguir crédito para usinas de álcool do Alagoas

Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró: Cerveró afirma que Lula intermediou uma reunião de Collor com a BR Distribuidora para conseguir crédito para usinas de álcool do Alagoas (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 14h42.

Brasília - Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró detalha suposta atuação do senador Fernando Collor (PTB-AL), em reunião marcada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , para liberar um crédito bilionário na BR Distribuidora para usinas de álcool de Alagoas.

Apesar de a operação não ter sido liberada pela subsidiária da Petrobras , Cerveró disse no depoimento aos investigadores da Lava Jato que ocorreu uma operação de crédito para usinas realizada pelo Banco do Brasil.

A suposta operação de liberação de crédito teria ocorrido em meados de 2010, segundo Cerveró, portanto durante a gestão do atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, à frente do banco.

Na ocasião, teriam sido liberados R$ 50 milhões em crédito para as usinas de João Lyra, segundo o delator. De acordo com a assessoria do Banco do Brasil, o pedido de crédito existiu, mas a operação não foi aprovada.

Collor inicialmente levou Lyra, político e usineiro em Alagoas, a uma reunião na BR Distribuidora para pleitear que a subsidiária da Petrobras comprasse R$ 1 bilhão em álcool das usinas do Estado.

O encontro entre todos os diretores e Collor foi uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com Cerveró. A operação sugerida por Lyra e Collor se tratava de uma "compra de safra antecipada".

Para convencer a diretoria, Collor afirmou que Alagoas havia sofrido com uma "grande enchente" naquele ano e causado muitos danos ao Estado.

O senador disse ter levado Lula para "ver pessoalmente o Estado de Alagoas, tendo Lula ficado chocado", segundo Cerveró. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Collor afirmou que Lyra cedeu imóveis para reconstruir as cidades e apresentou o empresário como um "usineiro altruísta".

Cerveró afirma na delação que existia uma norma na BR Distribuidora que proibia a compra de safra antecipada e, independentemente disso, "não havia disponibilidade financeira" para o negócio.

"Que o financiamento de usinas de álcool é o pior crédito, que as usinas de álcool estavam praticamente todas em situação de falência", afirmou Cerveró. Apesar disso, relatou o delator aos investigadores da Lava Jato, "o Banco do Brasil, presidido por Aldemir Bendine", concedeu crédito de R$ 50 milhões à usina de Lyra.

O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a chamar Cerveró para que ele explicasse a liberação de dinheiro a Lyra, segundo o ex-diretor. A reunião entre os dois ocorreu no gabinete do senador, quando Calheiros se mostrou "chateado", nas palavras de Cerveró.

O ex-diretor explicou que o dinheiro não fora liberado pela BR Distribuidora, mas sim pelo Banco do Brasil. Disse, ainda, que Renan teria afirmado: "Ah, agora eu entendi, então é por isso que a campanha do Collor está deslanchando". Renan teria entendido "que o dinheiro do financiamento havia sido usado na campanha de Fernando Collor em Alagoas", consta do depoimento de Cerveró.

Em nota, o Banco do Brasil afirmou que não aprovou qualquer operação de crédito para a usina citada em 2010 ou nos anos seguintes. O banco ressaltou que "analisa todas as operações de crédito de acordo com critérios técnicos.

A aprovação cabe sempre a instâncias colegiadas, que consideram as características das operações e os riscos de cada cliente e de seus acionistas".

O Instituto Lula disse que não comentaria as informações. A defesa de Fernando Collor não foi localizada.

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Apesar de a operação não ter sido liberada pela subsidiária da Petrobras , Cerveró disse no depoimento aos investigadores da Lava Jato que ocorreu uma operação de crédito para usinas realizada pelo Banco do Brasil.

A suposta operação de liberação de crédito teria ocorrido em meados de 2010, segundo Cerveró, portanto durante a gestão do atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, à frente do banco.

Na ocasião, teriam sido liberados R$ 50 milhões em crédito para as usinas de João Lyra, segundo o delator. De acordo com a assessoria do Banco do Brasil, o pedido de crédito existiu, mas a operação não foi aprovada.

Collor inicialmente levou Lyra, político e usineiro em Alagoas, a uma reunião na BR Distribuidora para pleitear que a subsidiária da Petrobras comprasse R$ 1 bilhão em álcool das usinas do Estado.

O encontro entre todos os diretores e Collor foi uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com Cerveró. A operação sugerida por Lyra e Collor se tratava de uma "compra de safra antecipada".

Para convencer a diretoria, Collor afirmou que Alagoas havia sofrido com uma "grande enchente" naquele ano e causado muitos danos ao Estado.

O senador disse ter levado Lula para "ver pessoalmente o Estado de Alagoas, tendo Lula ficado chocado", segundo Cerveró. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Collor afirmou que Lyra cedeu imóveis para reconstruir as cidades e apresentou o empresário como um "usineiro altruísta".

Cerveró afirma na delação que existia uma norma na BR Distribuidora que proibia a compra de safra antecipada e, independentemente disso, "não havia disponibilidade financeira" para o negócio.

"Que o financiamento de usinas de álcool é o pior crédito, que as usinas de álcool estavam praticamente todas em situação de falência", afirmou Cerveró. Apesar disso, relatou o delator aos investigadores da Lava Jato, "o Banco do Brasil, presidido por Aldemir Bendine", concedeu crédito de R$ 50 milhões à usina de Lyra.

O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a chamar Cerveró para que ele explicasse a liberação de dinheiro a Lyra, segundo o ex-diretor. A reunião entre os dois ocorreu no gabinete do senador, quando Calheiros se mostrou "chateado", nas palavras de Cerveró.

O ex-diretor explicou que o dinheiro não fora liberado pela BR Distribuidora, mas sim pelo Banco do Brasil. Disse, ainda, que Renan teria afirmado: "Ah, agora eu entendi, então é por isso que a campanha do Collor está deslanchando". Renan teria entendido "que o dinheiro do financiamento havia sido usado na campanha de Fernando Collor em Alagoas", consta do depoimento de Cerveró.

Em nota, o Banco do Brasil afirmou que não aprovou qualquer operação de crédito para a usina citada em 2010 ou nos anos seguintes. O banco ressaltou que "analisa todas as operações de crédito de acordo com critérios técnicos.

A aprovação cabe sempre a instâncias colegiadas, que consideram as características das operações e os riscos de cada cliente e de seus acionistas".

O Instituto Lula disse que não comentaria as informações. A defesa de Fernando Collor não foi localizada.

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