Ex-presidente Lula: O ex-presidente falou de improviso, gravou parte dos vídeos sozinho e não fez uso de teleprompter nos programas eleitorais (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 19h58.
Rio - Em seu primeiro compromisso de campanha fora do Estado de São Paulo este ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou ao Rio de Janeiro para gravar depoimentos pedindo votos para a campanha de reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e para o candidato do PT no município de Niterói, Rodrigo Neves.
O ex-presidente falou de improviso, gravou parte dos vídeos sozinho e não fez uso de teleprompter. Ele ainda posou para fotos com seus candidatos na sacada do apartamento em que estava hospedado em um hotel em Copacabana, na zona sul do Rio. Lula, no entanto, voltou para São Paulo sem falar com a imprensa.
Como em 2010, durante a campanha de reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), o discurso de Lula focou na manutenção das boas relações entre os governos federal, estadual e municipal. Desde 2009, com o início da administração Paes, o Rio passa por inédito alinhamento político entre os três níveis de poder. O fato deverá ser usado de maneira ostensiva na campanha de reeleição do prefeito.
"Quando o Eduardo assumiu a prefeitura, essa combinação com o governo do estado e governo federal mudou. Ali começou a nascer uma harmonia que só trouxe benefício para o povo carioca", diz o ex-presidente em um dos vídeos que serão exibidos nos programas de TV de Paes.
De acordo com os políticos que acompanharam as gravações, o ex-presidente, que concluiu recentemente o tratamento de um câncer na laringe, estava bem disposto. Cabral, que também participou das gravações, disse que Lula demonstrou otimismo com as campanhas dos petistas Fernando Haddad, em São Paulo, e Luiz Marinho, em São Bernardo.
"Ele está muito otimista em São Paulo. Acha que o Haddad tende a crescer. Mas eu preferi não falar muito, já que meu partido tem o Chalita na cidade", disse o governador fluminense.
Mensalão
Todos os políticos que acompanharam as gravações do ex-presidente garantiram que ele não falou sobre o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). A influência de eventuais condenações nas campanhas dos partidos aliados também não foi tema das conversas.
"Não estou perdendo tempo com isso. O processo político do mensalão passou em 2005, 2006. Agora é um processo judicial. Depende da decisão do STF", comentou Paes, após as gravações.
Na época em que estourou o escândalo do mensalão e da CPI dos Correios, que investigou o esquema, o prefeito do Rio era um dos principais deputados federais do PSDB. Ele foi um dos protagonistas da comissão de inquérito e fez discursos pesados contra o então presidente e membros da família dele. Em 2008, ao migrar para o PMDB, Paes precisou contar com a ajuda de Cabral para se aproximar de Lula e garantir a presença dele em sua campanha.