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Lula encerra fórum e diz que evento pode render frutos

O ex-presidente encerrou o II Fórum de Desenvolvimento Econômico Local, realizado em Foz do Iguaçu, e o comparando a Davos e ao Fórum Social Mundial

Luiz Inácio Lula da Silva: Lula disse que o encontro terminado "talvez seja o que possa produzir resultados muito mais eficazes" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiz Inácio Lula da Silva: Lula disse que o encontro terminado "talvez seja o que possa produzir resultados muito mais eficazes" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 13h44.

Foz do Iguaçu - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta sexta-feira o II Fórum de Desenvolvimento Econômico Local, realizado em Foz do Iguaçu (Paraná), e o comparando com Davos e o Fórum Social Mundial disse que o evento pode ser o que mais renderá resultados concretos.

O fórum, organizado pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), contou com a presença de autoridades, líderes políticos e técnicos de diversos países.

Lula disse que o encontro terminado hoje "talvez seja o que possa produzir resultados muito mais eficazes".

"Em Davos era a perspectiva de aumentar o papel do mercado, o que provocou a crise na Europa e dos Estados Unidos, enquanto as diferentes versões do Fórum Social Mundial são um centro comercial onde as pessoas compram e vendem ideologias", analisou o ex-presidente.

Lula opinou que o Fórum de Desenvolvimento Econômico Local é o "evento mais extraordinário do século XXI sobre políticas públicas". O ex-presidente disse ainda que durante seus dois mandatos teve "a sorte" de "saber que o mundo tem pessoas que conhecendo as dificuldades não as aceitam, mas as vencem".

Lula se referiu ainda às eleições presidenciais do Chile, que serão realizadas em 17 de novembro, e disse que "houve uma revolução na América Latina nos últimos doze anos" e que com "a vitória de Michelle Bachelet" o continente viverá outra.

"É importante que a América Latina tenha quatro mulheres governantes", afirmou Lula, acrescentando Bachelet, mesmo antes da votação, a um grupo formado pelas presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, da Argentina, Cristina Kirchner, e a da Costa Rica, Laura Chinchilla.


Em relação ao Bolsa Família, que nesta semana comemorou seu décimo aniversário, Lula disse que algumas pessoas, "quase apocalípticas", argumentaram que o programa significaria "a consagração da miséria" e que estava "criando vagabundos".

"Nos pediam crescimento e após isso, distribuição da riqueza. E embora falte muito por fazer, o milagre do Brasil foi que conseguimos crescer e distribuir ao mesmo tempo", defendeu entre os aplausos dos presentes, que cortaram em repetidas ocasiões seu discurso.

Além disso, Lula contou que agradeceu perder as eleições presidenciais em 1989, porque foi quando aprendeu que "tinha que conhecer muito mais o país e percebeu que "necessitava mais aliados"". O ex-presidente disse ainda que "nenhum outro" governante chegou ao cargo com uma coalizão como a sua.

Lula explicou que durante 1991 e 1993 percorreu mais de 91.000 quilômetros do país, viagem no qual analisou o desenvolvimento das cidades e viu que "nenhuma câmera legislativa tinha realizado uma só sessão" sobre o assunto.

"Era impressionante como as pessoas tinham aprendido que as coisas caem do céu, que o presidente da República ou o governador do Estado têm que dar sem que as pessoas assumam compromissos", acrescentou.

Entre constantes ovações, Lula finalizou seu discurso assegurando que mais do que desejar uma continuação de seu projeto no Brasil, sua vontade é que as pessoas sintam que o fato dos "pobres terem uma oportunidade" não é um "problema para o país".

A próxima edição do fórum será realizada no ano que vem cidade italiana de Turim.

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