O presidente Lula e o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, entre outras autoridades, em reunião de janeiro de 2023 para discutir atos que vandalizaram sedes dos Três Poderes (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 14h23.
Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 16h29.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter uma reunião nessa segunda-feira, 8, com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski no Palácio do Planalto. O ex-magistrado é apontado como um dos favoritos para assumir o Ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino, indicado ao STF. Segundo EXAME apurou, Lula e Lewandowski devem se reunir depois do evento em memória aos ataques do 8 de janeiro de 2023 ao Congresso Nacional. O encontro não consta na agenda oficial do presidente.
Como mostrou EXAME, a expectativa era de que o substituto de Dino fosse conhecido neste mês de janeiro — e fontes falavam que a indicação poderia ocorrer antes do fim do mês. Lula ainda não desistiu de nomear Lewandowski para o posto. O ex-magistrado aposentado recebeu a sinalização de auxiliares do presidente de que terá poder para indicar todos os secretários da pasta, inclusive o secretário-executivo.
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Apesar disso, outros nomes são avaliados por Lula para o cargo, caso Lewandowski não aceite o convite.
Um dos cotados é o secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima e Silva, que já ocupou o cargo por um breve período no governo Dilma Rousseff. Silva tem como principal avalista o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Concorrem também o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o advogado Marco Aurélio de Carvalho.
Uma mulher não é descartada para o posto, já que o presidente tem sido pressionado para aumentar a participação feminina na Esplanada dos Ministérios.
Em abril do ano passado, a aposentadoria do ministro, estabelecida em decreto, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), confirmando sua saída da Corte da qual fez parte desde 2006.
Na época, o então ministro decidiu antecipar a aposentadoria e a decisão, segundo Lewandowski, foi tomada em função de "compromissos acadêmicos e profissionais". "Eu agora encerro um ciclo da minha vida e vou iniciar um novo ciclo", afirmou.
Em dezembro, com o avanço das especulações sobre seu nome para a pasta da Justiça, o ex-ministro do STF afirmou que não havia sido convidado para assumir cargo. "Olha, eu não fui convidado. Estou aqui participando da COP, acompanhando a comitiva dos empresários. Agora estou na CNI, presidindo o conselho jurídico da Federação Nacional da Indústria. Estou nessa condição", disse durante a COP28, na qual participou representando a CNI.