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Lula diz que Delcídio convivia com Cerveró antes do seu governo

Lula disse que depoimentos de Delcídio são "falsos" e que não entende qual foi o objetivo do ex-senador ter contado tantas "inverdades"

Lula: "só tem um brasileiro que poderia ter medo do depoimento do Cerveró, que é o Delcídio" (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Lula: "só tem um brasileiro que poderia ter medo do depoimento do Cerveró, que é o Delcídio" (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de março de 2017 às 11h49.

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 14, em depoimento à Justiça Federal, que os dados da acusação feita pelo ex-senador Delcídio Amaral contra ele são "falsos" e que não entende qual foi o objetivo do ex-senador ter contado tantas "inverdades".

Ele insinuou que Delcídio teria firmado o acordo de delação apenas para sair da cadeia e jogar a culpa "nas costas" dos outros.

Lula negou que tivesse interesse de impedir que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró firmasse acordo de delação premiada.

"Só tem um brasileiro que poderia ter medo do depoimento do Cerveró, que é o Delcídio. Ele já tinha convivência com Cerveró antes do meu governo. Todo mundo sabia da relação histórica dos dois", contou o ex-presidente ao juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal.

Esta é a primeira vez que Lula é questionado em juízo como réu em ação penal relacionada à Operação Lava Jato. Ele é acusado de ser o mandante da tentativa de compra do silêncio de Cerveró.

O ex-presidente afirmou ainda que não conhece Cerveró e que não tinha convivência com ele. Lula disse que não tinha receio do depoimento de nenhum diretor da Petrobras porque não tinha relação com eles.

"Estou aqui para responder toda e qualquer pergunta. Se tem um brasileiro que quer a verdade sou eu", declarou no início do interrogatório.

Ele iniciou a sua fala relembrando a história do PT como partido político e conquistas do seu governo. "Me ofende profundamente a acusação de que o PT seria uma organização criminosa", declarou o ex-presidente da República.

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