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Lula cobra divulgação de dados da votação na Venezuela: 'Como resolve a briga? Apresenta a ata'

A Venezuela enfrentou eleições no último domingo, 28

Lula: o Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula: o Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 30 de julho de 2024 às 17h37.

Última atualização em 30 de julho de 2024 às 18h44.

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Depois de um processo eleitoral acirrado na Venezuela, que culminou nas urnas no último domingo, 28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 30, que o impasse só poderia ser resolvido se as autoridades locais apresentassem as atas de votação.

“O Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, disse o presidente Lula ao falar sobre a nota do PT que reconhece a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela, em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso. "É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo".

Entenda a estratégia da oposição para tentar provar vitória na Venezuela

O resultado oficial das eleições foi informado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE). O vencedor foi Nicolás Maduro, com 51,2% dos votos. A oposição, que apoia Edmundo Gonzalez, contesta o resultado e sugere fraude na contagem de votos. Na Venezuela, a votação é feita com papel. As atas às quais Lula se referia são os boletins que fazem o registros dos votos de cada uma das urnas do país. Até o momento, dois dias depois das eleições, as atas não foram apresentadas pelas autoridades e o governo venezuelano alega falha no sistema.

"Vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo", declarou o presidente brasileiro. "Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que são verdadeiras, temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela".

País imerso em protestos

Duas pessoas morreram e pelo menos 46 foram detidas na Venezuela desde segunda-feira, 29, quando uma série de protestos pelo país começou depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos, segundo o Foro Penal, citado pelo El País. As vítimas eram dos estados deYaracuy e  Zúlia.

Pelo menos cinco estátuas em homenagens ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foram derrubadas durante os protestos. O resultado tem sido contestado pela oposição e por boa parte da comunidade internacional.

Após reiterar que a oposição venceu as eleições do último domingo na Venezuela, resultado questionado também pela comunidade internacional devido à falta de transparência no processo, a líder opositora María Corina Machado pediu, nesta segunda-feira, que os apoiadores voltem às ruas para novas manifestações. Mais cedo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou oficialmente Nicolás Maduro como vencedor, mesmo antes de apresentar as atas oficiais como prometido, e o chavista denunciou que "estão tentando impor um golpe de Estado" no país.

Países ao redor do mundo contestam resultado

Outros países da América Latina e ao redor do globo também questionam o resultado das eleições na Venezuela. "Qualquer repressão política ou violência contra os manifestantes ou opositores é obviamente inaceitável", disse Jean-Pierre a repórteres durante uma coletiva de imprensa em Washington.

Chile, Argentina e Uruguai destacam que o resultado não é confiável.

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