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Lula: 'Caixa precisa ser banco que empresta dinheiro muito mais barato'

O presidente afirmou estar "convencido" de que a Caixa vai voltar a crescer

Lula: "Precisamos construir narrativa diferente, porque tudo é gasto" (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 20h11.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a Caixa seja um banco que empreste dinheiro "muito mais barato", mas sem dar prejuízo.

"Tenho certeza que vamos contar com o apoio da Caixa outra vez, para que a Caixa volte a ser um banco muito mais forte, emprestando muito mais dinheiro, e muito mais barato, mas sem perder dinheiro porque o banco precisa dar um lucro", afirmou Lula durante a cerimônia de posse de Rita Serrano à presidência do banco, na Caixa Cultural, em Brasília.

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O presidente afirmou estar "convencido" de que a Caixa vai voltar a crescer. "Estou convencido de que a bancarização vai crescer muito, a massa salarial vai aumentar. A gente tem vários compromissos, mas os mais importantes é que a gente vai ter que fazer muito investimento na educação brasileira e no ensino fundamental. Vamos ter que investir muito na saúde, para garantir que pessoas mais pobres vão ter o direito aos especialistas", acrescentou.

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Lula reafirmou também que irá acabar com a fome no País. "Quando saí da Polícia Federal, a primeira coisa que eu fiz foi ir à Roma conversar com o Papa e com o conselho mundial das igrejas para criar programa de combate à desigualdade. Não é possível que em pleno século 21, em que a gente detém toda a tecnologia e avanços genéticos para produzir alimentos para todo mundo e que tenhamos 900 milhões de pessoas indo dormir com fome", disse.

Ele repetiu também que não possível ter pessoas na fila do osso sendo o Brasil o maior produtor de proteína animal do mundo. "Não é falta de produção, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse País", acrescentou.

'Precisamos construir narrativa diferente, porque tudo é gasto'

Lula voltou a afirmar que determinados gastos públicos precisam ser encarados como investimentos. Segundo ele, o aumento do salário mínimo é visto como gasto, com conotação negativa, enquanto as despesas da União com os juros da dívida pública não, o que ele considera errado.

"Hoje eu dizia ao (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad numa reunião que precisamos construir uma narrativa diferente nesse País, porque tudo o que a gente faz é gasto. Se eu vou fazer Bolsa Família é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto", afirmou ele durante a cerimônia de posse de Rita Serrano na presidência da Caixa, na Caixa Cultural, em Brasília. "A única coisa que não é tratada como gasto nesse País é o juro que a gente paga para o setor financeiro."

Lula voltou a dizer que à frente, o governo tratará gastos sociais como investimentos. Ele comparou ainda o aumento do salário mínimo proposto pelo governo ao que foi aprovado para os dirigentes da Eletrobras, empresa privatizada no governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Os caras da Eletrobras, que ganhavam R$ 60 mil por mês, passaram a ganhar mais de R$ 360 mil de salário. O conselho da Eletrobras paga R$ 200 mil por mês para o cara ir lá uma vez por mês. Enquanto isso, não podemos dar aumento de 3% no salário mínimo porque é gasto", comparou.

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