Brasil

Lockdown no Rio? Paes considera endurecer medidas após nota da Fiocruz

Decisão poderá ocorrer nesta quarta-feira (3), após reunião entre Paes e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz

Rio de Janeiro: de acordo com o prefeito, o Conselho Científico do município diz que as medidas atuais estão sendo suficientes (Andre Coelho/Getty Images)

Rio de Janeiro: de acordo com o prefeito, o Conselho Científico do município diz que as medidas atuais estão sendo suficientes (Andre Coelho/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de março de 2021 às 12h03.

Última atualização em 4 de março de 2021 às 08h19.

Um dia após a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgar uma nota técnica na qual aponta o agravamento da pandemia de covid-19 em 19 unidades da federação — entre elas o Rio de Janeiro, que tem 88% de taxas de ocupação de leitos de UTIs, de acordo com o órgão — o prefeito Eduardo Paes (DEM) afirmou, nesta quarta-feira, dia 3, que poderá aplicar medidas mais rígidas na cidade. A decisão poderá ocorrer nas próximas horas, após reunião entre Paes e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

"Eu vi essa nota da Fiocruz, mas as informações que tenho é que existe uma estabilidade na rede municipal de Saúde, nos leitos e filas zeradas. Diante dessa notícia, eu convoquei os técnicos para eles me dizerem o que eu devo fazer. Eu não sou epidemiologista. Mas, se os infectologistas e os epidemiologistas nos disserem que teremos que tomar medidas mais duras, vamos tomar mais medidas sem temor", disse Paes.

Segundo o Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, "pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de SRAG, a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais".

Paes disse que está preocupado com a situação de estados e municípios vizinhos e que "não quer ser pego de surpresa".

"Estou acompanhando de perto (o agravamento no município). Não vou esperar a situação para agir. O que vejo é que a situação está complicada em outros locais e isso me assusta", declarou ele.

De acordo com o prefeito, o Conselho Científico do município diz que as medidas atuais estão sendo suficientes.

"Eu reuni com o conselho na segunda e olhamos os números do Rio. Existe uma indicação de grau de risco moderado. Estou vendo o que está acontecendo no Brasil e isso me assusta. Mas o que eu ouvi deles é que temos que manter as medidas atuais. Eu tenho certeza que, por mais que a situação tenha melhorado, não somos uma ilha. Existem lugares perto da gente que estão com muitos problemas. Mas eu não vou esperar o pior acontecer para agir. Eu adoraria que a cidade funcionasse normalmente. Aqui não existe negacionismo. Vamos tomar todas as medidas necessárias", afirmou.

Consórcio de vacinas

Paes confirmou que o município vai participar do consórcio das cidades que estão se unindo para a compra de doses da vacina contra a Covid-19. Segundo o prefeito, os imunizantes serão comprados de acordo com a necessidade de cada município. No entanto, a decisão da aquisição do material passará pelo crivo da Frente Nacional de Prefeitos.

"Será o consórcio que definirá o tipo de vacina a ser comprado e deixamos de ter uma corrida desnecessária e absurda - que poderia até ter o superfaturamento. Esse consórcio é uma garantia caso haja problemas no Plano Nacional de Imunização (PNI). Hoje, estamos no PNI e tenho muita fé que tudo será regularizado. Caso isso não aconteça, vamos comprar (a vacina) junto com o consórcio", comentou.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEduardo PaesFiocruzPandemiaRio de Janeirovacina contra coronavírusVacinas

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp