Ciro Gomes: político desembarcou recentemente do PSB de Eduardo Campos e se filiou, juntamente com seu irmão (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 12h44.
Brasília - Com a aproximação do início da reforma ministerial - prevista para ocorrer entre este mês e meados de janeiro - integrantes da base aliada já se movimentam para tentar emplacar nomes para compor a equipe da presidente Dilma Rousseff no próximo ano. Um dos cotados para assumir uma vaga na Esplanada dos Ministérios é o do atual secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes, que desembarcou recentemente do PSB de Eduardo Campos e se filiou, juntamente com seu irmão, o governador Cid Gomes (CE), ao recém-criado PROS.
"O Ciro admitiu a possibilidade de assumir um ministério, agora vamos conversar com toda a bancada", afirmou o líder do PROS na Câmara, Givaldo Carimbão (AL). Além do líder do PROS, também participaram da conversa o presidente da legenda, Eurípedes Júnior, e o líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE). O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), foi comunicado da decisão por telefone, segundo Carimbão.
Procurado pela reportagem, Ciro Gomes negou, por meio da assessoria, a intenção de querer ser ministro e informou que está "100% focado na secretaria de Saúde do Ceará" e que, portanto, não teria a intenção de ocupar um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff. Apesar da negativa, seu partido já discute qual pasta ele poderá ocupar. Ciro já foi ministro da Integração Nacional no governo Lula e ministro da Fazenda do governo Itamar Franco.
Com aval do Palácio do Planalto, no início de novembro, o PROS e o PP anunciaram uma aliança na Câmara dos Deputados e passaram a formar a terceira maior bancada da Casa, atrás de PT e PMDB.
Segundo Carimbão, após a presidente Dilma oferecer, no final de outubro, uma vaga no governo, a discussão sobre a indicação de um nome foi levada à bancada. Como os parlamentares querem disputar a reeleição no próximo ano, nenhum teria se posicionado pela indicação. "Nenhum deputado quer ser ministro porque todos são candidatos à reeleição. Por isso, me liberaram a construir um novo nome", frisou Carimbão.
Um novo encontro com lideranças do PROS e do PP está marcado para ocorrer na quarta-feira, 11, quando os deputados serão comunicados do resultado da reunião da semana passada, em que Ciro Gomes teria admitido a possibilidade de ser ministro.
Indicação do PP
Além das movimentações do PROS há também dentro do PP articulações em torno do nome do senador Ciro Nogueira (PI) para que ele ocupe a vaga do ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro, que deverá deixar o cargo para disputar a próxima eleição pela Paraíba. "É um bom nome, mas quem decide isso é a presidente Dilma. Vamos aguardar", disse o ministro.
Segundo integrantes da Executiva Nacional do PP, uma indicação do senador teria o apoio "total" do partido e não precisaria passar nem por consultas internas. "Ele é um nome natural para assumir o posto", disse um integrante da cúpula que não quis ser identificado na matéria.
A ida de Ciro Nogueira para um ministério, entretanto, faria que ele tivesse que se licenciar da presidência do PP, cargo que seria assumido interinamente pelo ex-ministro e deputado Mario Negromonte (BA). Pesaria também pela permanência de Ciro Nogueira na presidência da legenda o fato de que ele teria de cumprir uma agenda como ministro, o que poderia afastá-lo das discussões partidárias em um ano eleitoral.
Por meio da assessoria, o senador negou a intenção de assumir um ministério no próximo ano. "Não procede a informação. Um presidente de um partido não deve assumir um ministério uma vez que tem outras incumbência e outras formas de trabalhar pelo partido".