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Líder do governo Lula diz que Venezuela é ditadura e posse de Maduro é 'ilegítima'

O senador fez referência às evidências de que Maduro perdeu a eleição; Chile e Bolívia também se manifestam

Randolfe Rodrigues (Andressa Anholete/Getty Images)

Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 10h14.

Última atualização em 11 de janeiro de 2025 às 10h18.

Líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AC) criticou a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato como presidente da Venezuela. Segundo Randolfe, o país é uma ditadura e a cerimônia de posse é "ilegítima e farsante".

O senador fez referência às evidências de que Maduro perdeu a eleição para o oposicionista Edmundo González Urrutia. A cerimônia de posse ocorreu nesta sexta-feira, em meio a protestos no país. O presidente Lula não viajou para a Venezuela, mas o Brasil enviou a embaixadora em Caracas, Glivânia Oliveira.

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"O governo venezuelano é uma Ditadura e a posse do senhor Nicolás Maduro é ilegítima e farsante. Um regime que desrespeita Direitos Humanos, desrespeita alternância de poder e não respeita a soberania da vontade popular, é um regime autoritário", escreveu Randolfe na rede social X. "É dever de todo democrata, esteja onde estiver, condenar qualquer Ditadura, seja de direita, seja de esquerda", completou.

O envio da diplomata à cerimônia de Maduro gerou críticas de oposicionistas, como os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), e Ronaldo Caiado (Goiás), e de aliados de Lula, como o paraense Helder Barbalho (MDB).

Apesar das críticas, integrantes do PT e do MST foram até a Venezuela. Em Caracas desde o início da semana, os integrantes das delegações participaram do evento "Festival Mundial Internacional Antifascista", organizado pelo Foro de São Paulo.

Relembre as manifestações na Venezuela após eleição de Maduro

Presidente da Bolívia parabeniza Maduro

O presidente da Bolívia parabenizou Maduro apesar das denúncias de fraude eleitoral. Luis Arce é um aliado político de Maduro, assim como o ex-presidente e ex-líder do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) Evo Morales.

“Desde a Bolívia, fazemos chegar nosso abraço e os parabéns ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, a quem desejamos sucesso para o novo período de governo que ele assume hoje”, escreveu Arce em suas redes sociais.

Ele também disse que Bolívia e Venezuela estão unidas pela “história, pelas façanhas do Libertador Simón Bolívar, pela “presença” do falecido presidente Hugo Chávez, pela “luta pela unidade da Pátria Grande e pelo desejo de construir pátrias soberanas, um continente com dignidade para todos”.

“Viva a unidade da América Latina e do Caribe, viva o povo venezuelano”, concluiu.

Chile critica posse de Maduro: “Carece de toda legitimidade democrática”

Já o governo do Chile criticou a posse de Maduro como presidente da Venezuela por “carecer de toda legitimidade democrática” e condenou “o aumento da repressão e da perseguição política” no país.

Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo chileno afirmou que “o povo venezuelano tem o direito de decidir seu próprio destino” e classificou as eleições de 28 de julho de 2024 como “fraudulentas” e sem “os padrões mínimos de transparência e integridade”.

Como fez em várias ocasiões desde o início da crise venezuelana, o governo do presidente chileno, Gabriel Boric , “exigiu total respeito” aos direitos humanos e “a restauração” da ordem democrática e das liberdades fundamentais.

Boric, que tem mantido uma postura altamente crítica contra Maduro e denunciou abertamente a “fraude” eleitoral na Venezuela, já chamou o governo do país sul-americano de “ditadura” em agosto de 2024, o que abriu uma crise interna em sua coalizão de governo com o Partido Comunista.

(Com Agência O Globo e Efe)

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