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Líder caminhoneiro sobre bloqueios: 'Não estamos fazendo atos antidemocráticos'

Chorão tem tentado desvincular a imagem da categoria dos grupos bolsonaristas que questionam os resultados das eleições, como ele já havia feito

Wallace Landim: em vídeo, ele parabenizou o envio de tropas das polícias militares para desobstruir vias (Abrava/Facebook/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de novembro de 2022 às 16h39.

O presidente da Associação dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, mais conhecido como "Chorão", voltou a repudiar o fechamento de estradas federais e atos intervencionistas pelo País na manhã desta quarta-feira, 2. Chorão tem tentado desvincular a imagem da categoria dos grupos bolsonaristas que questionam os resultados das eleições, como ele já havia feito na segunda-feira, 31.

"Existe sim uma parcela de caminhoneiros (parados), mas muitos querem trabalhar, e nós estamos levando esse nome como baderneiro, como terrorista, como radical, e nós não podemos ser usados como massa de manobra por um grupo intervencionista que está trabalhando contra a democracia desse país", disse Chorão.

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Em tom convocatório para a categoria, Chorão afirmou que o primeiro passo em uma democracia é reconhecer o resultado das urnas. Em seguida, ele parabenizou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo resultado, assim como o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e os demais que saíram vitoriosos do pleito.

"A eleição já acabou, tem muito caminhoneiro parado ali, mas querendo trabalhar. Muitos já saíram para trabalhar e estão parados porque estão sendo obrigados (pelos piquetes). Não somos nós caminhoneiros que estamos fazendo esse ato antidemocrático dentro desse país", continuou Chorão.

Ele ainda parabenizou autoridades como os governadores que empenharam esforços, como o envio de tropas das polícias militares, para desobstruir vias. "A sociedade não pode sofrer. Não é uma pauta econômica, é uma pauta antidemocrática", afirmou.

Chorão ganhou notoriedade em 2018, quando os caminhoneiros fizeram uma greve de 10 dias para reivindicar redução no preço do diesel e revisão da tabela de frete, entre outras pautas. O então governo Michel Temer (MDB) chegou a um acordo com a categoria nove dias depois de iniciada a greve. O movimento teria causado perdas da ordem de R$ 18 bilhões ao Comércio, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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