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LCA: câmbio ajuda a conter salário e inflação da indústria

De acordo com o economista Fábio Romão, valorização do real impede aumento da renda do trabalho na indústria

Trabalhadores da indústria siderúrgica: renda em empregos industriais cresceu 2,1% (Kiko Ferrite/EXAME)

Trabalhadores da indústria siderúrgica: renda em empregos industriais cresceu 2,1% (Kiko Ferrite/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 17h55.

São Paulo - A apreciação do real diante do dólar está ajudando a conter o aumento dos salários e a inflação na indústria em comparação com outros setores da economia brasileira, disse o economista Fábio Romão, da LCA Consultoria.

“O desemprego continua em queda livre, mas a renda está tendo comportamento diferente de acordo com os segmentos”, disse Romão em entrevista por telefone de São Paulo.

Os dados divulgados pelo governo hoje mostram um aumento de 2,1 por cento na renda dos trabalhadores da indústria em setembro, menos de um terço dos 7 por cento de ganho da construção civil e dos 7,8 por cento do comércio.

“O real valorizado ajuda a segurar a renda da indústria, pois o câmbio facilita aos produtos importados entrarem mais baratos.”

De acordo com Romão, o mesmo fenômeno ocorre em relação à inflação, com os produtos industriais subindo menos do que os agrícolas em virtude do efeito do câmbio apreciado.

No Índice Geral de Preços - Mercado da segunda prévia de outubro, o índice de preços ao produtor de bens industriais teve alta de 0,1 por cento, enquanto os preços agrícolas subiram 4,4 por cento, cinco vezes mais do que o índice geral, que aumentou 0,89 por cento.

Estes setores com altas maiores são os de produtos chamados “non tradebles”, ou não comercializáveis, cujos preços dependem da demanda doméstica e não podem ser diminuídos pela competição de produtos importados.

Rádio EXAME: Queda recorde do desemprego pressiona a inflação

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