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Lava Jato vai colaborar com investigações nos EUA

A força-tarefa vai colaborar com as investigações tocadas pela SEC, órgão que fiscaliza o mercado de capitais americano

Operação Lava Jato: procuradores viajarão aos EUA no início de janeiro para levar informações sobre os inquéritos e ações penais (Divulgação / Polícia Federal)
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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 12h44.

Curitiba - A força-tarefa da Operação Lava Jato , que apura o esquema de desvios envolvendo contratos da Petrobras, vai colaborar com as investigações tocadas pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que fiscaliza o mercado de capitais americano.

A pedido da SEC - espécie de "xerife" das empresas que negociam ações da Bolsa de Nova York, entre elas a estatal petrolífera -, procuradores viajarão aos Estados Unidos no início de janeiro para levar informações sobre os inquéritos e ações penais abertos no Brasil.

Além da colaboração com a SEC, os investigadores vão buscar dados sobre o dinheiro movimentado pelos envolvidos naquele país. Em outra missão, uma equipe viajará à Suíça no fim de janeiro, em busca de dados sobre mais operações financeiras.

Em depoimentos prestados em regime de delação premiada, investigados descreveram o caminho dos recursos, apontando offshores e contas abertas no exterior para o recebimento de propinas pagas por empreiteiras e outros fornecedores.

Um dos objetivos da força-tarefa é obter mais elementos sobre os supostos repasses ao ex-diretor de Serviços Renato Duque. Um dos delatores, o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, disse que numa das operações, por exemplo, fez depósitos de US$ 1 milhão para o ex-diretor, ligado ao PT, numa conta da offshore "Drenos", mantida no Banco Cramer, em Lugano.

"O beneficiário dos pagamentos na conta Drenos é o próprio Renato Duque", disse Camargo.

A partir das informações sobre a movimentação financeira, a força-tarefa pretende oferecer denúncia contra Duque. Embora apontado como beneficiário de propinas na estatal, ele não consta como alvo de ações já ajuizadas pela força-tarefa.

Nessa terça, o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com ação civil pública por improbidade administrativa contra a Petrobras, a empreiteira Andrade Gutierrzes.

São alvos da ação também o ex-diretor da estatal José Sérgio Gabrielli e outros sete funcionários, entre eles Renato Duque. A decisão diz respeito a obras do Centro de Pesquisas (Cenpes) e implantação do Centro Intengrado de Processamento de Dados da estatal.

Nos Estados Unidos, a SEC abriu processo para apurar se a Petrobras descumpriu a lei anticorrupção americana e se o esquema de desvios em diversas áreas da companhia prejudicou acionistas.

Um dos aspectos em análise é se a empresa omitiu, em demonstrativos enviados ao órgão, informações financeiras relevantes.

Nos Estados Unidos, a Petrobras é também alvo de ações de investidores, que cobram ressarcimento de perdas provocadas pelos desvios. Uma delas, apresentada pelo escritório Wolf Pooper, diz que a companhia omitiu uma cultura de "corrupção".

No Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU) alerta desde 2009 para o superfaturamento de obras, como no caso da Refinaria Abreu e Lima.

A Petrobras só informou à SEC dados sobre irregularidades em suas obras e negócios em abril deste ano, após o escândalo de corrupção ser divulgado pela imprensa.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstados Unidos (EUA)Estatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPaíses ricosPetrobrasPetróleo

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