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Lava Jato busca outro operador de corrupção na Petrobras

Segundo o MPF, operador atuaria na área da diretoria internacional da estatal e teria movimentado quantias milionárias


	Plataforma da Petrobras: nome do suspeito não foi revelado pelas autoridades uma vez que ele ainda não foi preso
 (Germano Lüders/EXAME)

Plataforma da Petrobras: nome do suspeito não foi revelado pelas autoridades uma vez que ele ainda não foi preso (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 13h10.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram nesta segunda-feira nova etapa da operação Lava Jato para cumprir mandados de prisão contra um outro operador do esquema de corrupção na Petrobras, acusado de movimentar milhões de dólares em propina na área internacional da estatal, e um executivo da empreiteira Engevix.

O nome do novo suspeito de operar propina na estatal não foi revelado pelas autoridades, uma vez que a prisão não havia sido efetuada. Segundo a PF, o operador movimentou pagamentos ilegais em pelo menos um contrato de 1,8 bilhão de dólares para contratação de navios-sonda pela Petrobras no exterior.

A Justiça já condenou outro operado que atuava nessa área. Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, recebeu sentença de 16 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As investigações apontam ligação desse operador com o ex-diretor da área internacional da estatal Jorge Zelada, que já é réu na Lava Jato por suposto recebimento de propina na contratação de empresa para afretamento de navio-sonda.

Zelada foi preso em fase anterior da Lava Jato denominada "Conexão Mônaco" por esconder recursos em contas no exterior em montante superior a 11,5 milhões de euros.

"Apura-se que pessoas tenham intermediado pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos no exterior, em decorrência de contratos celebrados na Diretoria Internacional da Petrobras. Foi verificado que uma das empresas sediadas no Brasil recebeu cerca de 20 milhões de reais, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação sob a acusação de pagamento de propinas para obtenção de favorecimento em contratos com a estatal", disse a Polícia Federal em nota.

Em outra frente da 19ª fase da Lava Jato deflagrada nesta segunda, policiais federais prenderam o sócio-diretor da empreiteira Engevix José Antunes Sobrinho sob acusação de pagamento de propina relacionada à Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras .

Segundo o MPF, Sobrinho teria efetuado pagamentos indevidos a uma empresa de propriedade do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que já está entre os réus da Lava Jato.

Mais cedo, a TV Globo havia informado que Sobrinho era ex-executivo da Engevix, mas a empreiteira confirmou por telefone que ele ainda ocupa o cargo de sócio diretor. A empresa disse ainda que, no momento, não comentaria a operação policial.

Segundo o procurador do Ministério Público Federal Carlos Fernando dos Santos Lima, a ligação entre a corrupção na Petrobras e na Eletronuclear decorre de uma mesma "organização criminosa".

"Quando falamos que hoje estamos investigando um esquema de compra de apoio político partidário para o governo federal através de corrupção, estou dizendo que os casos do mensalão, petrolão, Eletronuclear, são todos conexos porque dentro deles está a mesma organização criminosa", disse o procurador em entrevista coletiva em Curitiba.

"E no ápice dessa organização estão pessoas ligadas aos partidos políticos e, não tenho dúvida nenhuma, à Casa Civil do governo Lula. Não há neste momento provas concretas, mas trabalhamos com a hipótese que tudo tenha se originado dentro da Casa Civil, como foi o caso do mensalão", acrescentou.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que ocupou o cargo no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou réu da Lava Jato na semana passada acusado de receber propina do esquema de corrupção. Dirceu já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.

A 19ª fase da Lava Jato recebeu o nome "Nessun Dorma", que significa "ninguém dorme". Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, a escolha do nome foi para fazer um alerta de que a Lava Jato continua em atividade e não perdeu sua força.

Texto atualizado às 13h10

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