Carne Fraca: a operação Carne Fraca, deflagrada pela PF há uma semana, levou vários países a imporem restrições à importação da carne brasileira (Pablo Sanhueza/Reuters)
Reuters
Publicado em 24 de março de 2017 às 21h57.
O juiz Marcos Josegrei, responsável pelas decisões judiciais da operação Carne Fraca, disse nesta sexta-feira que os dois laudos que fazem parte das investigações não apontam carne imprópria para o consumo e disse que o principal foco da operação é a corrupção de servidores responsáveis pela fiscalização de frigoríficos.
Em entrevista ao canal de notícias GloboNews, o juiz também afirmou que a conversa telefônica interceptada nas investigações que, na interpretação da Polícia Federal, indicava a adição de papelão na carne, foi "irrelevante" para as investigações e não foi considerada em sua decisão que determinou mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva da operação.
"Esses laudos demonstraram inconformidade, eu não estou dizendo que eles demonstraram que a carne era imprópria para consumo, mas esses laudos demonstraram que elas estavam em desacordo com o que manda a lei, com a licença que eles possuíam para produzir", disse Josegrei à emissora.
A BRF, empresa que teve funcionários em conversas telefônicas interceptadas em que se falava de papelão, disse no último fim de semana em comunicado que a Polícia Federal errou na interpretação da conversa, e afirmou que ao falarem em papelão os funcionários tratavam da embalagem do produto, não de seu conteúdo.
A operação Carne Fraca, deflagrada pela PF há uma semana, levou vários países a imporem restrições à importação da carne brasileira e também fez com que empresas brasileiras reduzissem sua produção.