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Justiça manda soltar Nicolau dos Santos Neto, o Lalau

Ex-juiz havia sido condenado a 26 anos de prisão por desvio de dinheiro público, mas foi beneficiado por indulto que prevê liberdade para presos acima de 60 anos

Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT de São Paulo (Claudio Rossi/Veja)
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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 09h52.

São Paulo - O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido por Lalau, foi liberado pela Justiça e deixará o presídio de Tremembé, interior de São Paulo, onde está preso desde março de 2013.

A Vara de Execuções Criminais (VEC) concedeu alvará de soltura para o criminoso nesta segunda-feira, com base no chamado indulto pleno, que prevêliberdade para presos com mais de 60 anos que apresentam problemas de saúde e que cumpriram mais de um terço da pena.

Ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo, Lalau, que hoje tem 85 anos, foi condenado a 26 anos de prisão e multa de R$ 1,2 milhão pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva.

Ele também foi acusado de ser o principal resposponsável pelo desvio de R$ 169 milhões destinados para a construção do prédio do Fórum Trabalhista em São Paulo, na década de 1990.

Após passar um período como fugitivo, o ex-magistrado se entregou à polícia em 2000. Lalau passou quase 13 anos - maior parte de sua pena - em prisão domiciliar, permanecendo em regime fechado no presídio de Tremembé por pouco mais de um ano.

São Paulo – Em meio a uma CPI silenciosa, protagonizada por Carlos Cachoeira - que não respondeu nenhuma pergunta quando apresentou-se na Comissão nessa semana – a corrupção na política brasileira ganha, mais uma vez, os holofotes. Cachoeira, Demóstenes Torres e Fernando Cavendish são alguns dos nomes em evidência no escândalo da vez. Mas de Sanguessugas a Mensalão, passando por PC Farias, Anões do Orçamento e companhia, não faltam episódios que deixaram marcas pouco agradáveis – mas que não devem ser esquecidas – na história recente da democracia brasileira. Clique nas fotos para conferir uma seleção de livros que abordam alguns escândalos de corrupção no país.
  • 2. Sanguessugas do Brasil

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  • Veja também

    O título reúne 12 casos de corrupção, dentre eles, o que dá nome ao livro, a “máfia dos sanguessugas”. O episódio baseia-se em uma operação da Polícia Federal e do MPF que desvendou a existência de uma quadrilha formada por empresários, políticos e servidores públicos para desviar dinheiro da saúde pública. Os textos foram escritos ao longo de 20 anos. As histórias foram acompanhadas pelo autor, o jornalista Lúcio Vaz. Há casos sobre desvios de verbas de infraestrutura, fraudes na distribuição de remédios, obras inacabadas e até a apropriação de bolsas de estudos destinadas aos indígenas. O autor levantou o andamento desses casos na justiça e observou que, dentre 150 envolvidos, ninguém foi julgado até hoje. Há, inclusive, acusados que já ocupam cargos públicos, segundo o jornalista. O caso que abre o livro, o Mensalão, deve ser julgado pelo STF nesse ano, segundo previsão do tribunal.
  • 3. Honoráveis Bandidos

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  • O livro detalha os escândalos envolvendo a família Sarney (senador do Amapá pelo PMDB) e também mostra algumas intimidades da família e de seu patriarca. Na época, as livrarias do Maranhão se recusaram a lançar a obra. O dia do lançamento teve protestos. Apesar de ser focado no clã Sarney, o livro também relembra escândalos como o de Renan Calheiros, acusado de usar dinheiro da Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha fora do casamento. Renan Calheiros foi presidente do Senado e hoje é senador de Alagoas pelo PMDB. O livro, do jornalista Palmério Dória, chegou a ficar entre os mais lidos do país em 2010.
  • 4. Morcegos negros

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    Morcegos Negros relata o Esquema PC, que operou durante o governo Collor. O livro, do jornalista Lucas Figueiredo, indica que o Esquema PC tinha conexões com o crime organizado internacional – para alguns críticos, há indícios de ligações, mas não provas. O livro detalha o destino dado a cerca de um bilhão de dólares desviado pelo esquema de corrupção após o impeachment de Collor. O autor teve acesso às movimentações financeiras entre PC Farias e mafiosos italianos pertencentes a uma rede internacional de narcotráfico. O livro defende que instituições brasileiras tiveram acesso a algumas dessas informações mas deixaram os crimes impunes – incluindo o assassinato de PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino. Hoje, Fernando Collor é senador (PTB- AL) e participa da CPI do Cachoeira.
  • 5. Memórias das Trevas

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    As 800 páginas desse livro têm como protagonista Antonio Carlos Magalhães, o ACM, que, na época do lançamento, era presidente do Senado. O livro detalha violências e atos de autoritarismo do político em seus mais de 40 anos de poder. O autor, o jornalista e escritor João Carlos Teixeira Gomes começa descrevendo as perseguições que ele e o jornal que dirigia na época (o Jornal da Bahia) sofreram pelo então governador Antonio Carlos Magalhães. ACM morreu em 2007. Na época, ele era senador pelo partido Democratas.
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