Justiça libera R$ 4,5 bi para fundos de Dantas
São Paulo - Uma fortuna estimada em cerca de R$ 4,5 bilhões voltará aos fundos do Opportunity, a empresa de gestão de Daniel Dantas e Dório Ferman. O dinheiro estava bloqueado há cerca de sete anos em contas nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil para servir de garantia à Operação Satiagraha, em que […]
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2016 às 09h20.
São Paulo - Uma fortuna estimada em cerca de R$ 4,5 bilhões voltará aos fundos do Opportunity, a empresa de gestão de Daniel Dantas e Dório Ferman. O dinheiro estava bloqueado há cerca de sete anos em contas nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil para servir de garantia à Operação Satiagraha, em que a Polícia Federal acusava os executivos por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
A operação foi totalmente desmantelada e anulada pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado. Mas foi só na semana passada que o último prazo venceu. Agora, como os recursos judiciais não são mais permitidos, o dinheiro foi liberado ao Opportunity.
O fim da operação policial frustrou quem acreditava que havia provas concretas de crimes relevantes imputados a um dos bilionários mais polêmicos do País - que, embora fosse chamado insistentemente de banqueiro, nunca teve um banco.
Ainda que tenha vencido uma batalha judicial, em que os tribunais superiores anularam a forma de obtenção de provas fundamentais para o processo, o financista Daniel Dantas não considera esse um final feliz, como percebem pessoas próximas a ele. Aos 60 e poucos anos, ele ainda tenta recuperar a imagem que já teve um dia.
Daniel Dantas era o gênio das finanças, o destemido, o briguento. Estampava as capas de jornais e revistas com manobras ousadas, controvertidas. Entrou em disputas com boa parte dos sócios nas empresas compradas com seus fundos. Em geral, as brigas aconteciam porque usava de sua engenhosidade para ser controlador dos investimentos em que se embrenhava com uma participação mínima.
Alguns deles questionaram seus métodos e travaram brigas históricas, como a com a Telecom Itália, que rende até hoje na Justiça italiana, com acusações de espionagem com uso da empresa Kroll e pagamentos de propinas.
Outra briga foi com os fundos de pensão que eram seus sócios na Brasil Telecom, empresa que surgiu da privatização da Tele Centro Sul.
Prisão. Ao longo dos anos, ele ficou bilionário. Depois de deixar o banco Icatu, onde trabalhava, em 1994, criou o Opportunity, uma gestora de recursos, com US$ 70 milhões, que 14 anos depois chegou a R$ 18 bilhões, quando a Satiagraha foi deflagrada. No dia 8 de julho de 2008, Dantas foi preso.
Um dia depois foi libertado após julgamento do ministro Gilmar Mendes, do STF. O juiz Fausto de Sanctis emitiu nova ordem de prisão. O tribunal confirmou, mas Mendes o soltou de novo.
De lá para cá, Dantas foi sumindo aos poucos do noticiário e da vida pública, à medida que a Satiagraha evoluía. Mesmo quando as notícias passaram a seu favor, quando os tribunais superiores foram anulando provas usadas para sustentar a operação, Dantas manteve uma vida sem holofotes, como conta um amigo baiano. Dantas é baiano. "Ele não vai nem a casamentos", diz o amigo.
No ano passado, Dantas fez uma aparição em um seminário de jornalismo promovido pela revista Piauí e pela GloboNews. Não contou grandes novidades sobre sua visão dos tempos de Satiagraha, nem sobre o que andava fazendo. Agora, procurado pelo Estado para falar sobre o fim definitivo da Satiagraha, não quis dar entrevista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Uma fortuna estimada em cerca de R$ 4,5 bilhões voltará aos fundos do Opportunity, a empresa de gestão de Daniel Dantas e Dório Ferman. O dinheiro estava bloqueado há cerca de sete anos em contas nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil para servir de garantia à Operação Satiagraha, em que a Polícia Federal acusava os executivos por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
A operação foi totalmente desmantelada e anulada pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado. Mas foi só na semana passada que o último prazo venceu. Agora, como os recursos judiciais não são mais permitidos, o dinheiro foi liberado ao Opportunity.
O fim da operação policial frustrou quem acreditava que havia provas concretas de crimes relevantes imputados a um dos bilionários mais polêmicos do País - que, embora fosse chamado insistentemente de banqueiro, nunca teve um banco.
Ainda que tenha vencido uma batalha judicial, em que os tribunais superiores anularam a forma de obtenção de provas fundamentais para o processo, o financista Daniel Dantas não considera esse um final feliz, como percebem pessoas próximas a ele. Aos 60 e poucos anos, ele ainda tenta recuperar a imagem que já teve um dia.
Daniel Dantas era o gênio das finanças, o destemido, o briguento. Estampava as capas de jornais e revistas com manobras ousadas, controvertidas. Entrou em disputas com boa parte dos sócios nas empresas compradas com seus fundos. Em geral, as brigas aconteciam porque usava de sua engenhosidade para ser controlador dos investimentos em que se embrenhava com uma participação mínima.
Alguns deles questionaram seus métodos e travaram brigas históricas, como a com a Telecom Itália, que rende até hoje na Justiça italiana, com acusações de espionagem com uso da empresa Kroll e pagamentos de propinas.
Outra briga foi com os fundos de pensão que eram seus sócios na Brasil Telecom, empresa que surgiu da privatização da Tele Centro Sul.
Prisão. Ao longo dos anos, ele ficou bilionário. Depois de deixar o banco Icatu, onde trabalhava, em 1994, criou o Opportunity, uma gestora de recursos, com US$ 70 milhões, que 14 anos depois chegou a R$ 18 bilhões, quando a Satiagraha foi deflagrada. No dia 8 de julho de 2008, Dantas foi preso.
Um dia depois foi libertado após julgamento do ministro Gilmar Mendes, do STF. O juiz Fausto de Sanctis emitiu nova ordem de prisão. O tribunal confirmou, mas Mendes o soltou de novo.
De lá para cá, Dantas foi sumindo aos poucos do noticiário e da vida pública, à medida que a Satiagraha evoluía. Mesmo quando as notícias passaram a seu favor, quando os tribunais superiores foram anulando provas usadas para sustentar a operação, Dantas manteve uma vida sem holofotes, como conta um amigo baiano. Dantas é baiano. "Ele não vai nem a casamentos", diz o amigo.
No ano passado, Dantas fez uma aparição em um seminário de jornalismo promovido pela revista Piauí e pela GloboNews. Não contou grandes novidades sobre sua visão dos tempos de Satiagraha, nem sobre o que andava fazendo. Agora, procurado pelo Estado para falar sobre o fim definitivo da Satiagraha, não quis dar entrevista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.