Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil: condenado no processo do mensalão, Pizzolato ficará preso pelo menos até a audiência (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2014 às 21h22.
Rio e Genebra - A Corte de Cassação Suprema de Roma rejeitou nesta quarta-feira recurso da defesa do ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, que, mais uma vez, tentou tirar o cliente da prisão de Módena, na região da Emilia-Romagna, na Itália, para que ele aguarde em liberdade uma decisão sobre eventual extradição ao Brasil.
Com isso, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, ficará preso pelo menos até a audiência, no dia 5.
A Corte de Cassação Suprema realizou uma audiência na capital italiana ontem sobre a manutenção dele na cadeia. Pizzolato é considerado foragido da Justiça do Brasil desde novembro.
Antes da resolução, os advogados do ex-diretor do BB consideram que não existe risco de fuga do cliente e indicaram que estão dispostos até mesmo que ele permaneça em prisão domiciliar, com o controle de um bracelete.
Essa foi a posição que Pizzolato já tinha adotado num primeiro julgamento, em fevereiro, no Tribunal de Recurso de Bolonha.
Mas, naquela ocasião, a Justiça apontou que existia o risco de fuga e, para completar, o Tribunal de Recurso não tinha naquele momento pulseiras disposição.
A apelação apresentada pela defesa fez com que o caso fosse enviado para a capital.
Na hipótese de uma determinação favorável à soltura de Pizzolato, porém, advogados envolvidos no processo afirmaram que isso não significaria que ele seria solto no mesmo momento da sentença.
O caso voltaria para Bolonha, que, então, decretaria a liberdade de Pizzolato.
Para tentar evitar a extradição ao Brasil, os advogados ainda insistirão na tese de que as condições dos cárceres brasileiros não atendem aos princípios básicos de Direitos Humanos.
A reportagem revelou com exclusividade que o Ministério Público da Itália já deu o parecer favorável à entrega de Pizzolato e que considera que a situação dos presídios no Brasil não é motivo para não devolvê-lo ao País.
Em 5 de outubro, a Justiça da Itália realiza a primeira audiência sobre a extradição.