Atuação de 157 era em especial no complexo das favelas da Maré, Serrinha, Vila Aliança e Dendê (Site do Disque Denúncia/Reprodução)
Agência Brasil
Publicado em 24 de julho de 2018 às 21h37.
A Justiça do Rio de Janeiro condenou o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, a 32 anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico e corrupção ativa. Na mesma sentença, o juízo da 40ª Vara Criminal da Capital condenou José Carlos de Souza, conhecido como Gênio, a seis anos e oito meses de reclusão, pelo crime de associação para o tráfico. Souza está foragido desde o oferecimento da denúncia, em 2013.
De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual, de outubro de 2013 a maio de 2014, os dois, junto com outras pessoas, eram os responsáveis pelo tráfico de drogas em diversos bairros da cidade, em especial no complexo das favelas da Maré, Serrinha, Vila Aliança e Dendê.
Após a prisão de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, Rogério 157 assumiu o comando do tráfico na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio. O traficante está preso, por outros crimes, na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia.
Em setembro do ano passado, o grupo comandado por Rogério 157 deu início a uma disputa na favela da Rocinha, zona sul do Rio, após um desentendimento com Antonio Bonfim Lopes, o Nem, ao qual, até então, era subordinado. Com o controle da favela, Rogério negou-se a cumprir ordens de Nem, dadas de dentro do sistema prisional federal onde cumpre pena até hoje.
Com a guerra entre as duas quadrilhas rivais, o clima de pânico tomou conta dos moradores, que ficaram impedidos de sair de casa, devido ao tiroteio diário com armas pesadas dos dois lados.
No dia 22 de setembro do ano passado, o então ministro da Defesa, Raul Jungmann, depois de um pedido do governador Luiz Fernando Pezão, decidiu enviar um efetivo das Forças Armadas para dar apoio às forças de segurança do estado. Militares do Exército e da Aeronáutica entraram na parte baixa da comunidade junto ao Túnel Zuzu Angel. Eles foram acompanhados por policiais militares e alguns grupos se espalharam pelas principais ruas da localidade, no interior da favela.
A missão principal das Forças Armadas é fazer um cerco à Rocinha para apoiar as operações das polícias civil e militar. Outro grupo das Forças Armadas foi deixado na parte alta da favela, na área de mata por helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB), com equipamentos de comunicação para facilitar o deslocamento da tropa, onde os traficantes estariam escondidos. As Forças Armadas permaneceram na comunidade por uma semana e depois deixaram às ações diárias para a Polícia Militar que ocupou a comunidade.
Rogério Avelino da Silva estava desarmado quando foi preso, no dia 6 de dezembro do ano passado, na zona norte do Rio de Janeiro, e se ofereceu para "resolver a vida" dos policiais civis que o prenderam. As informações foram dadas pelo delegado Gabriel Ferrando, da 12ª DP de Copacabana, que comandou a equipe que prendeu Rogério 157.
"Ele não chegou a oferecer [suborno], mas - notem - a ousadia foi tanta, que ele chegou a insinuar que a nossa vida estaria resolvida", disse o delegado, que participou da operação integrada entre as forças estaduais e federais de segurança pública e defesa. Mais pessoas foram presas nas comunidades e dois menores, apreendidos.