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Justiça bloqueia R$ 476,9 milhões do PP e de 10 políticos

Do partido político, envolvido em ação de improbidade, na Operação Lava Jato, foram bloqueados diretamente R$ 9,88 milhões

Pedro Corrêa: entre os políticos atingidos pelo bloqueio está o ex-presidente do partido, que teve R$ 46,8 milhões retidos (Lindomar Cruz/Agência Brasil)

Pedro Corrêa: entre os políticos atingidos pelo bloqueio está o ex-presidente do partido, que teve R$ 46,8 milhões retidos (Lindomar Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de abril de 2017 às 16h35.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 16h39.

São Paulo - O juiz Friedmann Anderson Wendpap decretou nesta sexta-feira, 7, o bloqueio de R$ 476.917.797,44 em ação de improbidade, na Operação Lava Jato, contra o Partido Progressista, 10 políticos e um ex-assessor do partido.

Foram bloqueados diretamente do caixa da agremiação R$ 9,88 milhões. O confisco se estende a um grupo de 10 políticos, entre eles Pedro Corrêa, ex-presidente do partido, que teve bloqueados R$ 46,8 milhões.

A decisão do magistrado foi dada em ação ajuizada pelo Ministério Público Federal, no Paraná, em 22 de março deste ano.

A Procuradoria da República apresentou à Justiça Federal ação de civil pública contra o PP e 10 políticos da legenda - os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA) -, além do ex-assessor João Genu.

Na ação, a força-tarefa da Lava Jato imputa atos de improbidade administrativa ao grupo e pede que sejam condenados - inclusive o PP, como pessoa jurídica - a pagarem R$ 2,3 bilhões de ressarcimento ao erário, multa civil e por danos morais coletivos.

Por se tratar de uma ação de improbidade, na área cível, a Procuradoria, em Curitiba, pode processar deputados com mandato, por não haver foro especial por prerrogativa de função, nesses casos.

A ação cível por atos de improbidade buscam responsabilizar agentes públicos por desvios de conduta e particulares que concorrem para o ato.

São três tipos de atos de improbidade, com diferentes sanções: os que importam enriquecimento ilícito, os que causam dano ao Erário e aqueles que atentam contra princípios da administração pública.

Esta é a primeira ação por improbidade proposta contra um partido político da força-tarefa da Lava Jato. Além dos valores que os réus terão de pagar ao Erário, se forem condenados, a ação pede para os políticos suspensão dos direitos políticos por dez anos, proibição de contratar com o Poder Público e a vedação de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, além da cassação da aposentadoria especial dos parlamentares ou perda do direito à contagem do tempo como deputado para a aposentadoria.

A ação considera os danos causados ao Erário no esquema de desvios de contratos da Petrobras, feitos na Diretoria de Abastecimento, que era a área controlada pelo PP, no esquema de fatiamento político da estatal, que envolvia ainda PT e PMDB, e em desvios decorrentes do pagamentos de vantagens para o esquema da Diretoria de Abastecimento em negócio da Braskem, empresa do Grupo Odebrecht, no contrato de comercialização de nafta - matéria prima que a estatal compra da petroquímica.

Nesta ação, o Ministério Público Federal pede que o PP e o grupo de liderança sejam condenados: ao ressarcimento ao erário no valor total de R$ 460.636.517,60, equivalente à suposta propina paga ao PP, a seus integrantes e a terceiros a partir do esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras; ao pagamento de multa civil na quantia de R$ 1.381.909.552,80; e ao pagamento de danos morais coletivos em montante não inferior a R$ 460.636.517,60. O valor pedido totaliza R$ 2.303.182.588,00.

Defesa

O advogado Michel Saliba, que defende João Pizzolatti, Nelson Meurer e Roberto Britto, afirmou: "As partes aguardarão as notificações pessoais e apresentarão, tempestivamente, as defesas prévias, oportunidade em que se manifestarão nos autos sobre o conteúdo da decisão, bem como sobre a petição inicial."

Já Marlus Arns, que defende João Cláudio Genu. Afirmou: "O pedido de bloqueio do Ministério Público em relação a João Cláudio Genu foi inicialmente de R$ 1,8 bilhão.

O juiz limitou a indisponibilidade em R$ 12,8 milhões. Quando o cliente for notificado, apresentaremos defesa preliminar comprovando inclusive que João Cláudio Genu é parte ilegítima da ação, devendo ser excluído da mesma."

VEJA O QUANTO FOI BLOQUEADO DE CADA POLÍTICO

* Pedro da Silva Correa de Oliveira Andrade Neto no valor de R$ 46.800.000,00 (quarenta e seis milhões oitocentos mil reais);

* Pedro Henry Neto no valor de R$ 800.000,00

* João Alberto Pizzolatti Junior no valor de R$ 124.055.758,32

* Mario Silvio Mendes Negromonte no valor de R$ 166.921.262,16

* Mario Silvio Mendes Negromonte Junior no valor de R$ 2.733.000,00

* Nelson Muerer no valor de R$ 78.800.000,00

* João Claudio de Carvalho Genu no valor de R$ 12.800.000,00

* José Otávio Germano no valor de R$ 10.040.000,00

* Luiz Fernando Ramos Faria no valor de R$ 8.160.000,00

* Roberto Pereira Brito no valor de R$ 8.160.000,00

* Arthur Cesar Pereira de Lira no valor de R$ 7.767.776,96

* Partido Progressista no valor de R$ 9.880.000,00

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoProgressistas (antigo PP)

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