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Justiça acata denúncia contra sem-terra por desvios

Sete líderes da dissidência chamada de MST da Base são acusados de desviar recursos destinados pelo governo aos assentados da reforma agrária do Pontal do Paranapanema

MST: até a tarde de hoje os acusados não tinham sido localizados (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

MST: até a tarde de hoje os acusados não tinham sido localizados (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 18h52.

São Paulo - A Justiça Federal em Presidente Prudente acatou denúncia contra sete líderes da dissidência do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), conhecida como MST da Base, acusados de desviar recursos destinados pelo governo federal aos assentados da reforma agrária no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo. Conforme a decisão, publicada ontem, os acusados Vaguimar Nunes da Silva, Sérgio Pantaleão, Gleuber Sidnei Castelão, Antonio Marcos de Souza, Paulo Jorge de Carvalho, Aparecido Claudemir Correa e Cristiane Filitto teriam desviado cerca de R$ 212 mil destinados à Associação Patativa do Assaré, do qual eram dirigentes. A entidade tem sede no Assentamento Che Guevara, em Mirante do Paranapanema, no Pontal.

O grupo é ligado ao líder José Rainha Júnior, dissidente do MST, mas Rainha Júnior não foi citado na denúncia, já que não fazia parte da diretoria da entidade. De acordo com a denúncia, a associação firmava convênios com órgãos federais para o repasse de recursos aos assentados da região, mas seus dirigentes ficavam com parte da verba. Os primeiros cinco acusados foram denunciados pelo crime de estelionato, pois seriam os beneficiários dos desvios. Já Aparecido e Cristiane devem responder pela prática de falsidade ideológica por terem, supostamente, adulterado documentos fiscais. A Justiça expediu mandados para intimar os réus a apresentarem defesa.

Até a tarde de hoje os acusados não tinham sido localizados pelos oficiais de Justiça do Fórum Federal de Presidente Prudente. A reportagem tentou entrar em contato com os acusados, mas nenhum dos celulares usados pelos sem-terra estava ativado. O líder Rainha Júnior disse que desconhecia os termos da denúncia, mas afirmou que não havia irregularidades na associação. Segundo ele, as entidades que atuavam na reforma agrária no Pontal foram alvo de denúncias falsas. Grupos ligados a Rainha coordenam ainda a Associação Amigos de Teodoro Sampaio e a Federação das Associações de Assentados e Agricultores Familiares do Oeste Paulista (Faafop), que também estão sob investigação por supostos desvios de recursos públicos.

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