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Jucá diz que Temer se afastou para se preservar de ataques

O senador fez um discurso no plenário para se apresentar como novo presidente nacional do PMDB

Senador Romero Jucá: ele explicou que Michel Temer precisou se afastar da presidência do partido para se preservar, como vice-presidente da República (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 19h23.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) fez hoje (5) um discurso no plenário do Senado para se apresentar como novo presidente nacional do PMDB .

Ele explicou que Michel Temer precisou se afastar da presidência do partido para se preservar, como vice-presidente da República, dos ataques que vem sofrendo relacionados ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Assumo o PMDB hoje por uma conjuntura. O nosso presidente, o vice-presidente Michel Temer, nos últimos dias foi vítima de uma série de ataques, de uma série de manipulações, sofismas, armações e agressões, e ficava em uma situação difícil porque, ao mesmo tempo em que é vice-presidente da República, com todo o poder institucional que tem, é também presidente do PMDB, e, em tese, teria que descer ao debate, teria que expor posições, e, mais do que isso, teria que fazer enfrentamentos”, disse.

Divergências internas Jucá aproveitou para rebater as críticas de que o PMDB tem recebido por parte dos parlamentares que apoiam o governo e disse que o partido não está participando de um golpe para tomar a Presidência da República. O senador lembrou que desde 2014 já haviam divergências internas no partido, inclusive por parte dele próprio, sobre a permanência na chapa presidencial, mas naquele momento a manutenção do acordo com o PT foi a proposta vencedora.

Agora, segundo Jucá, esse quadro se tornou insustentável. “A sociedade que estava nas ruas esperava uma posição do maior partido do Brasil. Não é precipitado tomar uma decisão a favor do povo. Ao contrário, é uma posição acertada, consentânea com a realidade e com o momento de falta de representatividade em que vivem os partidos e os políticos hoje em nosso país”, disse.

Impeachment

O novo presidente nacional do PMDB ressaltou que a reunião que decidiu pela saída da base do governo não tratou de como o partido vai se posicionar em relação ao impeachment. De acordo com ele, isso será tratado no momento adequado. No entanto, Jucá se antecipou em considerar que saídas como a proposta de convocação de eleições gerais são inconstitucionais e disse que o governo também não terá governabilidade se alcançar 180 votos para barrar o impeachment.

“Só se terá solução nessa votação se tiver 342 votos pelo impeachment ou se tiver 342 votos pelo não impeachment. Fora disso, é uma derrota para o país. Porque alguém pensar que, ao fazer qualquer estratégia para conseguir 180 votos, talvez 100 a favor e 80 escondidos – que não venham votar – e com isso se resolve no outro dia o problema do país, me desculpe, o problema estará agravado”, disse.

Jucá aproveitou também para isentar o PMDB e o vice-presidente Michel Temer de responsabilidade sobre os erros na condução da política econômica do país. “Não venham cobrar do PMDB a crise econômica porque o PMDB não pilotou esse avião econômico. Aliás, o PMDB não pilotou esse avião do governo. O Michel não era copiloto, o Michel estava fora da cabine. Nós éramos, do PMDB, comissários de bordo. A gente segurava as pessoas, mandava apertar o cinto e dava um saquinho para vomitar”, disse.

Sem legitimidade O dicurso foi aparteado por diversos senadores, entre eles o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que acusou o vice-presidente Michel Temer de “estar há muito tempo articulando o impeachment”. Segundo ele, Temer seria um presidente sem legitimidade e sem apoio popular. O senador petista disse ainda sobre a fala do ministro do STF, Roberto Barroso, que criticou a foto em que apareciam diversos membros do PMDB comemorando a saída do governo.

“A fala do ministro Barroso foi expressão de um sentimento nacional. Está parecendo que os senhores estão se aproveitando de mobilizações legítimas para tentar dar uma aquartelada parlamentar e assumirem o poder. E o fato é que tem uma chapa. A chapa do golpe, que chamamos. Qual é a chapa? É Temer e Eduardo Cunha, que passa a ser o vice”, disse Lindbergh.

Jucá respondeu ao parlamentar petista dizendo que Eduardo Cunha “não é o PMDB, ele faz parte do PMDB” e disse que os problemas judiciais dele deverão ser resolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do PMDB cobrou que o STF dê agilidade aos processos que estão lá sobre políticos para “separar o joio do trigo”.

Apoio O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez um aparte na fala de Jucá na condição de “presidente do PSDB para presidente do PMDB” e disse que seu partido estará disposto a apoiar um eventual governo Temer.

“Obviamente vamos tratar de projetos, vamos tratar de um programa emergencial para o Brasil, mas pode ter certeza, presidente Romero Jucá, de que, com o PSDB e com as inúmeras lideranças aqui presentes, da mais alta respeitabilidade, vossas excelências encontrarão sempre um palmo de chão limpo, onde as ideias possam prosperar e onde o projeto de um novo Brasil possa surgir”, disse.

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Ele explicou que Michel Temer precisou se afastar da presidência do partido para se preservar, como vice-presidente da República, dos ataques que vem sofrendo relacionados ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Assumo o PMDB hoje por uma conjuntura. O nosso presidente, o vice-presidente Michel Temer, nos últimos dias foi vítima de uma série de ataques, de uma série de manipulações, sofismas, armações e agressões, e ficava em uma situação difícil porque, ao mesmo tempo em que é vice-presidente da República, com todo o poder institucional que tem, é também presidente do PMDB, e, em tese, teria que descer ao debate, teria que expor posições, e, mais do que isso, teria que fazer enfrentamentos”, disse.

Divergências internas Jucá aproveitou para rebater as críticas de que o PMDB tem recebido por parte dos parlamentares que apoiam o governo e disse que o partido não está participando de um golpe para tomar a Presidência da República. O senador lembrou que desde 2014 já haviam divergências internas no partido, inclusive por parte dele próprio, sobre a permanência na chapa presidencial, mas naquele momento a manutenção do acordo com o PT foi a proposta vencedora.

Agora, segundo Jucá, esse quadro se tornou insustentável. “A sociedade que estava nas ruas esperava uma posição do maior partido do Brasil. Não é precipitado tomar uma decisão a favor do povo. Ao contrário, é uma posição acertada, consentânea com a realidade e com o momento de falta de representatividade em que vivem os partidos e os políticos hoje em nosso país”, disse.

Impeachment

O novo presidente nacional do PMDB ressaltou que a reunião que decidiu pela saída da base do governo não tratou de como o partido vai se posicionar em relação ao impeachment. De acordo com ele, isso será tratado no momento adequado. No entanto, Jucá se antecipou em considerar que saídas como a proposta de convocação de eleições gerais são inconstitucionais e disse que o governo também não terá governabilidade se alcançar 180 votos para barrar o impeachment.

“Só se terá solução nessa votação se tiver 342 votos pelo impeachment ou se tiver 342 votos pelo não impeachment. Fora disso, é uma derrota para o país. Porque alguém pensar que, ao fazer qualquer estratégia para conseguir 180 votos, talvez 100 a favor e 80 escondidos – que não venham votar – e com isso se resolve no outro dia o problema do país, me desculpe, o problema estará agravado”, disse.

Jucá aproveitou também para isentar o PMDB e o vice-presidente Michel Temer de responsabilidade sobre os erros na condução da política econômica do país. “Não venham cobrar do PMDB a crise econômica porque o PMDB não pilotou esse avião econômico. Aliás, o PMDB não pilotou esse avião do governo. O Michel não era copiloto, o Michel estava fora da cabine. Nós éramos, do PMDB, comissários de bordo. A gente segurava as pessoas, mandava apertar o cinto e dava um saquinho para vomitar”, disse.

Sem legitimidade O dicurso foi aparteado por diversos senadores, entre eles o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que acusou o vice-presidente Michel Temer de “estar há muito tempo articulando o impeachment”. Segundo ele, Temer seria um presidente sem legitimidade e sem apoio popular. O senador petista disse ainda sobre a fala do ministro do STF, Roberto Barroso, que criticou a foto em que apareciam diversos membros do PMDB comemorando a saída do governo.

“A fala do ministro Barroso foi expressão de um sentimento nacional. Está parecendo que os senhores estão se aproveitando de mobilizações legítimas para tentar dar uma aquartelada parlamentar e assumirem o poder. E o fato é que tem uma chapa. A chapa do golpe, que chamamos. Qual é a chapa? É Temer e Eduardo Cunha, que passa a ser o vice”, disse Lindbergh.

Jucá respondeu ao parlamentar petista dizendo que Eduardo Cunha “não é o PMDB, ele faz parte do PMDB” e disse que os problemas judiciais dele deverão ser resolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do PMDB cobrou que o STF dê agilidade aos processos que estão lá sobre políticos para “separar o joio do trigo”.

Apoio O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez um aparte na fala de Jucá na condição de “presidente do PSDB para presidente do PMDB” e disse que seu partido estará disposto a apoiar um eventual governo Temer.

“Obviamente vamos tratar de projetos, vamos tratar de um programa emergencial para o Brasil, mas pode ter certeza, presidente Romero Jucá, de que, com o PSDB e com as inúmeras lideranças aqui presentes, da mais alta respeitabilidade, vossas excelências encontrarão sempre um palmo de chão limpo, onde as ideias possam prosperar e onde o projeto de um novo Brasil possa surgir”, disse.

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