A corrida pela presidência da Câmara dos Deputados segue a todo vapor. O atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o franco favorito. Mas o deputado goiano Jovair Arantes (PTB-GO) calcula ter atualmente pouco mais de 100 votos, e tem hoje um encontro que pode ser decisivo para suas pretensões.

Ele se reúne com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para tentar atrair votos tucanos. O PSDB ainda não tem posição firme. Antigo aliada do DEM, a bancada ainda não fechou questão no apoio a Maia porque quadros do estado de Goiás —como o governador Marconi Perrillo— são simpáticos a um mandato de Jovair.

Alguns dirigentes do PSDB dizem estar preocupados apenas com o compromisso com as medidas de ajuste, não descartando votos a Jovair se ele vestir a camisa reformista. Soma-se a isso, o fato de o goiano dividir eleitorado do Centrão com Rogério Rosso (PSD-DF) e da oposição de André Figueiredo (PDT-CE). Uma junção até dia 2 de fevereiro pode lhe dar forças para ascender.

O governo federal não declara, mas trabalha entre aliados para eleger Maia. Até mesmo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), não pretende direcionar a bancada do partido para o candidato próprio Rogério Rosso. O democrata é visto com bons olhos por ter dado bom andamento às reformas protocoladas pelo Planalto para o ajuste fiscal e dar espaço para a oposição.

Nesse sentido, Jovair vem fazendo sua parte. Enquanto Maia articula “por cima”, com o governo ao seu lado e contando com a articulação de líderes, o goiano faz seu trabalho “por baixo”, trazendo para si, voto a voto, deputados do baixo clero da Câmara. Na busca por expressão política, deputados mais modestos podem embarcar no projeto como uma ponte para o Planalto. “Se houver segundo turno, a vitória do Jovair fica muito provável”, diz um dos líderes da Casa. O caminho passa pelo Palácio dos Bandeirantes.