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Jesuítas descartam atenção especial do Vaticano

“O papado é universal, não se pode pensar que a América Latina ou mesmo a Companhia de Jesus serão beneficiados de alguma forma", disse padre Palácio


	Segundo o líder jesuíta no Brasil, existem sinais claros da influência da Companhia de Jesus nas atitudes do novo papa - além da simplicidade
 (AFP)

Segundo o líder jesuíta no Brasil, existem sinais claros da influência da Companhia de Jesus nas atitudes do novo papa - além da simplicidade (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 18h22.

Brasília - Os jesuítas se preparam para receber o papa Francisco no Brasil, o primeiro papa latino-americano e jesuíta. De acordo com o padre Carlos Palácio, da Companhia de Jesus no Brasil, autoridade máxima da congregação no país, a Jornada Mundial da Juventude é um evento muito importante para a Igreja Católica e, se não for a primeira viagem internacional do papa, será a primeira de maior relevância.

Padre Palácio disse que é cedo para imaginar como será o papado. Para ele, o fato de o papa ser argentino não significa que a América Latina receberá atenção especial do Vaticano. O antecessor, papa emérito Bento XVI, esteve no Brasil, uma vez, em 2007 e no México e em Cuba, no ano passado. “O papado é universal, não se pode pensar que a América Latina ou mesmo a Companhia de Jesus serão beneficiados de alguma forma. Não se pode privilegiar um continente ou uma ordem [religiosa] em detrimento das demais”. Ele acredita que o papa Francisco fará muitas viagens, pois a itinerância é uma características dos jesuítas.

Segundo o líder jesuíta no Brasil, existem sinais claros da influência da Companhia de Jesus nas atitudes do novo papa - além da simplicidade. "São inevitáveis os reflexos da formação da companhia nas atitudes e decisões do pontífice. A escolha do nome Francisco vai além de Francisco de Assis. Não há dúvida que evoca o grande missionário Francisco Xavier [nomeado pelo papa Pio X como padroeiro dos missionários]. Ele esteve na Índia no século XVI e tinha o sonho de entrar na China”.

Em Brasília, padre Palácio emitiu uma nota oficial agradecendo a Deus a escolha do novo papa. "A alegria e o entusiasmo, que os seus primeiros gestos têm despertado em todos nós, são um sinal de esperança e uma lufada de Espírito para a Igreja no momento atual".

Ele acrescentou, na condição de jesuíta, que "nos alegramos por ter este nosso irmão e companheiro, agora como papa Francisco; iremos sustentar diante de Deus com a oração a ingente tarefa que se lhe apresenta neste serviço à Igreja para o qual foi escolhido; e nos dispomos, 'com renovado impulso e fervor', a viver ao lado dele o que constitui uma das características da Companhia de Jesus: servir ao Senhor e à sua Igreja".

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