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Itamaraty pede inclusão de nomes de Guaidó na delegação brasileira na ONU

Véspera da abertura da Assembleia Geral será marcada por mais pressão diplomática contra Maduro

Bolsonaro e Guaidó: Itamaraty solicitou o credenciamento de diplomatas de Guaidó na comitiva brasileira na ONU (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Bolsonaro e Guaidó: Itamaraty solicitou o credenciamento de diplomatas de Guaidó na comitiva brasileira na ONU (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2019 às 10h25.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil solicitou à Organização das Nações Unidas (ONU) o credenciamento de representantes do líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, como integrantes da comitiva brasileira que participará da Assembleia Geral em Nova York.

Guaidó foi reconhecido pelo Brasil e mais de 50 países, em janeiro, como presidente interino da Venezuela, em meio à pressão da comunidade internacional para encerrar o governo de Nicolás Maduro. Os nomes do embaixador de Guaidó nos EUA, Carlos Vecchio, e da embaixadora do opositor na França, Isadora Guevara foram encaminhados pela missão do Brasil na ONU como acompanhantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Itamaraty ao Estadão. "O Itamaraty confirma o pedido de credenciamento de representantes do governo legítimo venezuelano. Essa medida excepcional foi tomada como forma de assegurar a devida representação na ONU, que aceita apenas nomes indicados pelo regime ditatorial de Caracas", informou em nota o Itamaraty.

Maduro anunciou que não participará da Assembleia Geral, o que tem sido comemorado nos bastidores pela oposição como um sinal de fragilidade do chavismo. No ano passado, no entanto, o chavista fez o mesmo anúncio, mas compareceu de surpresa ao evento.

A véspera da abertura da Assembleia Geral será marcada por mais pressão diplomática contra Maduro. Os países do Grupo de Lima se reunirão na segunda-feira pela manhã, em Nova York, e os signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) terão uma reunião à tarde.

O pacto, da época da Guerra Fria, pode permitir, no limite, uma intervenção militar na Venezuela. O Brasil vai rechaçar, no entanto, apoio a qualquer opção que inclua uso de força. A previsão é criar uma moldura que permita aplicação de sanções diplomáticas e econômicas pelos países.

Também está prevista uma reunião dos países do hemisfério com a presença do presidente americano, Donald Trump, para discutir a situação da Venezuela na quarta-feira, 25. O Brasil será representado pelo chanceler, Ernesto Araújo, nas três reuniões.

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