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Itamaraty convoca embaixador do Canadá por espionagem

Jamal Khokhar foi convocado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de que a agência canadense espionou as comunicações do Ministério de Minas e Energia


	Luiz Alberto Figueiredo: chanceler manifestou "repúdio do governo a essa grave e inaceitável violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiz Alberto Figueiredo: chanceler manifestou "repúdio do governo a essa grave e inaceitável violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 16h23.

O embaixador do Canadá em Brasília, Jamal Khokhar, foi convocado pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, nesta segunda-feira, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de que a agência canadense de segurança espionou as comunicações eletrônicas do Ministério de Minas e Energia e de um alto funcionário do Itamaraty.

O chanceler manifestou ao embaixador canadense, durante o encontro, o "repúdio do governo a essa grave e inaceitável violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas", segundo nota divulgada pelo Itamaraty.

De acordo com denúncia feita pelo programa "Fantástico", da TV Globo, no domingo, com base em documentos vazados por Edward Snowden, as comunicações telefônicas e de computador do Ministério de Minas e Energia, incluindo emails, foram mapeadas pela agência canadense, conhecida pela sigla CSEC.

A agência acessou ainda a comunicação entre computadores do ministério e de países do Oriente Médio, da África do Sul e até do próprio Canadá, disse o "Fantástico". Também foi alvo de espionagem o ex-embaixador do Brasil no Canadá, hoje no departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Paulo Cordeiro, segundo a denúncia.

A presidente Dilma Rousseff afirmou mais cedo nesta segunda-feira, via Twitter, que o governo iria exigir explicações do Canadá pelas denúncias, e voltou a cobrar o fim das ações de espionagem eletrônica por parte dos Estados Unidos e de seus aliados.

Os programas secretos de vigilância da Internet e de telefonemas do governo dos EUA dentro do próprio país e no exterior foram revelados este ano por Edward Snowden, ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), que atualmente está asilado na Rússia.

Documentos vazados por Snowden anteriormente revelaram que os Estados Unidos espionaram as comunicações pessoais de Dilma e a rede de computadores da Petrobras.

Em resposta, a presidente adiou uma visita de Estado a Washington neste mês e fez um discurso firme na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a espionagem, que chamou de "uma prática que fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre os países".

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