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Investimento público em transplante de órgãos mais que dobra em dez anos

De 2008 até o fim deste ano, recursos destinados ao procedimento saltaram de 453,3 milhões para 1 bilhão de reais

Transplante: primeiro sistema de transplante de córnea instalado no Brasil (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Transplante: primeiro sistema de transplante de córnea instalado no Brasil (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

LN

Letícia Naísa

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 18h54.

São Paulo — Em dez anos, o orçamento federal destinado para setor de transplante de órgãos mais do que dobrou no Brasil: o investimento foi de 453,3 milhões de reais em 2008 para 1 bilhão de reais até o fim deste ano.

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (27), Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, dados atualizados sobre transplante e doação de órgãos no país.

"Esse orçamento foi o alcançável", afirma o ministro da Saúde interino, Adeílson Cavalcante. "Dentro da política pública do Ministério da Saúde não há um limite de utilização de recursos financeiros."

O Sistema Único de Saúde é responsável por 96% das cirurgias de transplantação de órgãos no Brasil. A lista de espera atualmente conta com 41.266 pacientes, uma redução de 6% com relação a 2017.

Em 2018, o país deverá bater recorde em número de transplantes de órgãos sólidos, como coração (382), fígado (2.222) e pulmão (130). A projeção é de que até o fim do ano sejam realizados 8.690 procedimentos desse tipo.

A expectativa é de que o país some, ao todo, 26.400 transplantes neste ano. O número inclui, além dos órgãos sólidos, córnea e medula óssea — 15.026 e 2.684 transplantes respectivamente.

Transporte aéreo

Em junho 2016, o presidente Michel Temer determinou a manutenção permanente de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para disposição de transporte de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplantes.

Desde a aprovação da medida, o número de órgãos transportados pela FAB saltou de cinco para 513 no período de dois anos.

O decreto presidencial foi aprovado após uma reportagem do jornal O Globo mostrar que entre 2013 e 2015 a FAB deixou de fornecer aviões para o transporte de 153 órgãos, como corações, fígados, pulmões, pâncreas, rins e ossos, que se perderam por conta das negativas de transporte.

A partir de um termo de cooperação com o SUS, companhias aéreas civis transportaram 9.236 órgãos sólidos e tecidos no mesmo período.

Segundo o Ministério da Saúde, 90% dos transportes de órgãos e equipes de transplante foram feitos por companhias de aviação civil.

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