Brasil

Investigada por corrupção, Gleisi diz que está tranquila

Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Gleisi teve representação criminal formulada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2015 às 13h28.

O ministro-relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquérito para investigar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), como “possivelmente implicada” nos desvios de recursos da Petrobras. Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Gleisi teve representação criminal formulada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por “suposta prática dos crimes de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro”.

De acordo com o pedido de abertura de inquérito formulado por Janot (leia a íntegra aqui), Alberto Youssef afirmou que a senadora tinha conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da Petrobras e que ela própria havia se beneficiado dessa distribuição. Ainda segundo a petição, o doleiro relatou a entrega de R$ 1 milhão para um homem em um shopping de Curitiba, para custear a campanha de Gleisi para o Senado. Na petição divulgada pelo STF, Teori solicita que a senadora seja ouvida, que os documentos sobre o caso sejam juntados, que seja eliminado o sigilo dos procedimentos, além da instauração de inquérito. No despacho, o ministro do Supremo afirma que a representação é embasada em depoimentos colhidos por meio de delação premiada, mas não explicita quem citou Gleisi. Os principais delatores do esquema de corrupção foram Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef.

Teori Zavascki frisa, porém, que a abertura de inquérito “não representa juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito”. Ele justifica que a abertura do sigilo é importante em atenção aos “valores republicanos”, para que a “sociedade brasileira tome conhecimento dos fatos objeto da investigação”.

O magistrado deferiu nessa sexta-feira (6) 21 pedidos de abertura de inquérito sobre autoridades com suspeita de envolvimento em desvios na Petrobras. Ele delega ao juiz Márcio Schiefler Fontes, que atua em seu gabinete, para conduzir o inquérito criminal.

Por meio de nota, a senadora disse receber a notícia com “tristeza e ao mesmo tempo com tranquilidade”. Gleisi Hoffmann se coloca à disposição para colaborar com o processo investigatório e declara não conhecer nem jamais ter tido contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Ela afirma não temer a investigação e declara que terá condições de provar que nada tem com o esquema. “A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado.”

Confira a lista dos políticos citados nos processos da Operação Lava Jato no STF*:

Senadores

Renan Calheiros (PMDB-AL) Gleisi Hoffmann (PT-PR) Lindbergh Farias (PT-RJ) Edison Lobão (PMDB-MA) Fernando Collor (PTB-AL) Humberto Costa (PT-PE) Ciro Nogueira (PP-PI) Benedito de Lira (PP-AL) Gladison Cameli (PP-AC) Romero Jucá (PMDB-RR) Antonio Anastasia (PSDB-MG) Valdir Raupp (PMDB-RO)

Deputados

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Simão Sessim (PP-RJ) Vander Loubet (PT-MS) Aníbal Gomes (PMDB-CE) Arthur Lira (PP-AL) José Otávio Germano (PP-RS) Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG) Nelson Meurer (PP-PR) Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) Eduardo da Fonte (PP-PE) Dilceu João Sperafico (PP-PR) Jeronimo Goergen (PP-RS) Sandes Junior (PP-GO) Afonso Hamm (PP-RS) Missionário José Olimpio (PP-SP) Lázaro Botelho (PP-TO) Luiz Carlos Heinze (PP-RS) Renato Delmar Molling (PP-RS) Roberto Pereira de Britto (PP-BA) Waldir Maranhão Cardoso (PP-MA) Roberto Balestra (PP-GO) José Mentor (PT-SP)

Outros políticos

João Leão (PP-BA)– ex-deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) – ex-deputado federal Roseana Sarney (PMDB-MA) – ex-governadora do Maranhão João Pizzolati (PP-SC) – ex-deputado federal Cândido Vaccareza (PT-SP) – ex-deputado federal Roberto Teixeira (PP-PE) – ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) – ex-deputado federal José Linhares (PP-CE) – ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) – ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) – ex-deputado federal Vilson Luiz Covatti (PP-RS) – ex-deputado federal Carlos Magno (PP-RO) – ex-deputado federal Aline Correa (PP-SP) – ex-deputado federal

Não políticos

Fernando Antonio Falcão Soares (Fernando Baiano) João Vaccari Neto – tesoureiro do PT

*Não foram considerados os pedidos de arquivamento nesta lista.

Editor Talita Cavalcante

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Bruno Engler tem 29,4% e Rogério Correia, 16,6%, em Belo Horizonte, aponta pesquisa AtlasIntel

Venezuela: Senado aprova ida de Celso Amorim e Mauro Vieira para explicar posição do Brasil

Maria do Rosário tem 34,1% e Mello, 30,7%, em Porto Alegre, aponta pesquisa AtlasIntel

Eduardo Paes tem 45,8% e Alexandre Ramagem, 32,3%, no Rio, aponta pesquisa AtlasIntel

Mais na Exame