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Investigação sobre caso Swissleaks é prioridade para PF

Segundo delegado responsável pelo caso, a cooperação da França fundamental para que sejam aprofundadas as investigações

HSBC: há a possibilidade de mais de US$ 100 bilhões, de contas de cerca de 100 mil clientes de diversas nacionalidades, terem sido ocultados do Fisco dos respectivos países; 8 mil desses 100 mil correntistas são brasileiros (Susana Gonzalez)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 12h44.

Brasília - Em audiência pública da CPI do HSBC no Senado, o delegado federal da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros Wilson Rodrigues de Souza Filho, responsável pela apuração do caso chamado Swissleaks, disse que a Polícia Federal só tomou conhecimento de supostas contas irregulares na Suíça pela imprensa em fevereiro, quando foi aberto inquérito policial.

O delegado informou que apesar das investigações ainda estarem em fase preliminar, a apuração é considerada prioritária pela PF. "O nível de prioridade é altíssimo", afirmou. Segundo o delegado, a autoridade brasileira ainda aguarda a cooperação do governo francês. Só a partir dessa troca de informações financeiras será possível aprofundar as investigações.

Ele também informou que o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) encaminhou 63 relatórios de inteligência financeira, mas disse que ainda não poderia compartilhar os dados. Nesta quinta-feira, 30, a PF investiga se houve evasão de divisas e possível crime de lavagem de dinheiro de correntistas brasileiros.

Audiência também conta com a participação do advogado e professor de Direito Financeiro Heleno Torres. O advogado revelou que há cerca de US$ 500 bilhões de brasileiros em contas no exterior, seja de origem lícita ou ilícita. Ele ressaltou que é preciso romper as barreiras do sigilo bancário e construir novos padrões de Fisco internacional.

De acordo com ele, o Brasil vem atualizando os acordos de troca de informações tributárias, mas disse que é preciso aprimorar a Receita Federal .

A comissão foi instalada em março para investigar irregularidades em contas do banco. Há a possibilidade de mais de US$ 100 bilhões, de contas de cerca de 100 mil clientes de diversas nacionalidades, terem sido ocultados do Fisco dos respectivos países.

Entre os correntistas, há cerca de 8 mil brasileiros que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões.

Requerimentos

Durante a sessão, os senadores também aprovaram alguns requerimentos, entre eles o que pede o envio de comunicado à Procuradoria-Geral da República informando a existência da CPI, o que requer o compartilhamento de informações remetidas pelo Ministério Público francês ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal com a CPI, a solicitação de informações às 342 pessoas listadas pelo COAF e o convite para ouvir Hervé Falciani, ex-empregado do HSBC e conhecido por ser uma espécie de Edward Snowden do sistema bancário.

Falciani teria descoberto o sistema de evasão de divisas em 2008.

A próxima audiência da comissão será no dia 5 de maio, onde é esperado presidente do HSBC no Brasil, Guilherme Brandão. O requerimento inicial para Brandão era de convocação, mas foi transformado em convite.

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Brasília - Em audiência pública da CPI do HSBC no Senado, o delegado federal da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros Wilson Rodrigues de Souza Filho, responsável pela apuração do caso chamado Swissleaks, disse que a Polícia Federal só tomou conhecimento de supostas contas irregulares na Suíça pela imprensa em fevereiro, quando foi aberto inquérito policial.

O delegado informou que apesar das investigações ainda estarem em fase preliminar, a apuração é considerada prioritária pela PF. "O nível de prioridade é altíssimo", afirmou. Segundo o delegado, a autoridade brasileira ainda aguarda a cooperação do governo francês. Só a partir dessa troca de informações financeiras será possível aprofundar as investigações.

Ele também informou que o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) encaminhou 63 relatórios de inteligência financeira, mas disse que ainda não poderia compartilhar os dados. Nesta quinta-feira, 30, a PF investiga se houve evasão de divisas e possível crime de lavagem de dinheiro de correntistas brasileiros.

Audiência também conta com a participação do advogado e professor de Direito Financeiro Heleno Torres. O advogado revelou que há cerca de US$ 500 bilhões de brasileiros em contas no exterior, seja de origem lícita ou ilícita. Ele ressaltou que é preciso romper as barreiras do sigilo bancário e construir novos padrões de Fisco internacional.

De acordo com ele, o Brasil vem atualizando os acordos de troca de informações tributárias, mas disse que é preciso aprimorar a Receita Federal .

A comissão foi instalada em março para investigar irregularidades em contas do banco. Há a possibilidade de mais de US$ 100 bilhões, de contas de cerca de 100 mil clientes de diversas nacionalidades, terem sido ocultados do Fisco dos respectivos países.

Entre os correntistas, há cerca de 8 mil brasileiros que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões.

Requerimentos

Durante a sessão, os senadores também aprovaram alguns requerimentos, entre eles o que pede o envio de comunicado à Procuradoria-Geral da República informando a existência da CPI, o que requer o compartilhamento de informações remetidas pelo Ministério Público francês ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal com a CPI, a solicitação de informações às 342 pessoas listadas pelo COAF e o convite para ouvir Hervé Falciani, ex-empregado do HSBC e conhecido por ser uma espécie de Edward Snowden do sistema bancário.

Falciani teria descoberto o sistema de evasão de divisas em 2008.

A próxima audiência da comissão será no dia 5 de maio, onde é esperado presidente do HSBC no Brasil, Guilherme Brandão. O requerimento inicial para Brandão era de convocação, mas foi transformado em convite.

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