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"Investigação não quer criminalizar a política", diz Janot

"A atividade político-partidária é essencial ao regime democrático e condição de seu funcionamento", escreveu Janot

Rodrigo Janot: país "está imerso em uma grave crise", segundo procurador geral (Jose Cruz/Agência Brasil)

Rodrigo Janot: país "está imerso em uma grave crise", segundo procurador geral (Jose Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2017 às 09h29.

São Paulo - O procurador-geral da Repúblico, Rodrigo Janot, afirmou neste domingo, 19, em artigo publicado no jornal "Folha de S.Paulo" que as investigações da Operação Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) não têm como objetivo "criminalizar a política".

"As investigações não têm como propósito criminalizar a política. A atividade político-partidária é essencial ao regime democrático e condição de seu funcionamento", escreveu Janot.

De acordo com o procurador, não há a pretensão de "depurar o país ou a política" com as investigações.

"Nem o procurador-geral da República nem o MPF (Ministério Público Federal) jamais arrogam para si o juízo definitivo sobre homens ou fatos que se desenrolam no processo de desenvolvimento social. Não se ambiciona, com nosso trabalho, depurar o país ou a política, até porque esse papel não cai bem a uma instituição de Estado", escreveu o procurador-geral.

Para ele, o País "está imerso em uma grave crise", cabendo aos brasileiros escolher entre "ceder ao medo" ou "enfrentar" os problemas.

"Podemos ceder ao medo, deixar-nos engabelar pela velha conversa de excessos do MPF e esconder os problemas; ou, enfrentá-los, implementar as reformas necessárias e elevar, assim, o patamar de nossa democracia.", afirmou no texto.

Janot também negou que exista uma "lista do Janot". "Não existe 'lista de Janot'. O procurador-geral não tem prerrogativa de 'escolher' a quem investigar ou elaborar discricionariamente uma lista de criminosos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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