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Invasão é caso de polícia, não de política, diz Alerj

"A invasão do parlamento é um atentado ao regime democrático e não tem precedentes na história do Brasil", completou o presidente da Assembleia

Alerj: os servidores querem ser recebidos por um representante do legislativo para debater as medidas, mas o presidente da Alerj descartou uma ida até lá (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Alerj: os servidores querem ser recebidos por um representante do legislativo para debater as medidas, mas o presidente da Alerj descartou uma ida até lá (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 16h29.

Rio - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), afirmou ao Broadcast, sistema de informações em tempo real do Grupo Estado, que a invasão da casa por servidores públicos "é um caso de polícia, não de política".

Eles protestam contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo do Estado na última sexta-feira. Picciani disse que na próxima quarta-feira estará sentado em sua cadeira - no momento ocupada pelos manifestantes - para dar início à votação das medidas propostas pelo governador Luiz Fernando Pezão e que a reação dos servidores só aumenta sua vontade de votar as medidas.

"A invasão do parlamento é um atentado ao regime democrático e não tem precedentes na história do Brasil. É um caso de polícia, não de política", disse Picciani, que classificou a invasão de crime. Os servidores da área de segurança lideram hoje as manifestações na porta da Alerj.

Os servidores querem ser recebidos por um representante do legislativo para debater as medidas, mas o presidente da Alerj descartou uma ida até lá.

"Não se reúne com quem invade o parlamento e tenta impedir seu funcionamento. Isso nem na ditadura", disse. "Quem vai tirá-los de lá é a polícia", frisou.

O protesto começou no fim da manhã desta terça-feira, 8, de maneira pacífica, mas acabou se acirrando por volta das 14h20, quando servidores públicos da área de segurança tomaram a Alerj.

Composto de 22 de projetos de lei, o plano de Pezão foi enviado à Alerj na sexta-feira passada, e inclui iniciativas impopulares, como o adiamento de reajustes e a elevação da contribuição previdenciária de servidores ativos, inativos e pensionistas.

Questionado se a forte reação dos movimentos sindicais pode tornar mais difícil a aprovação do pacote de medidas do governo fluminense, Picciani disse esperar o efeito oposto.

"Acho que isso vai fazer com que o parlamento tenha uma posição mais dura. A mim aumenta a vontade de votar (as medidas)", afirmou.

O presidente da Alerj disse ainda que o diálogo está aberto com o poder judiciário, que apontou inconstitucionalidades em pontos do pacote.

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