O presidente já passou por seis cirurgias desde o atentado de setembro de 2018, embora nem todas elas tenham sido devido ao ataque sofrido pelo então candidato (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 19h15.
Última atualização em 3 de janeiro de 2022 às 19h45.
Após sentir um novo desconforto abdominal, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que passava férias em Santa Catarina, desembarcou em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira, e seguiu direto para o Hospital Nova Star, na Vila Nova Conceição, zona sul da capital paulista. Bolsonaro foi internado devido a um quadro de "suboclusão intestinal", mas, segundo o Hospital Nova Star e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, passa bem.
Ainda segundo o hospital, Bolsonaro está estável, em tratamento e será reavaliado ao longo da manhã pela equipe do Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo. No momento, não há previsão de alta.
O presidente já passou por seis cirurgias desde o atentado de setembro de 2018, embora nem todas elas tenham sido devido ao ataque sofrido pelo então candidato.
A primeira delas ocorreu logo depois da facada, ainda em Juiz de Fora (MG), onde foi atacado. Levado às pressas a Santa Casa de Misericórdia da cidade, um ultrassom indicou a necessidade de uma cirurgia de emergência.
Dois dias após o primeiro procedimento, o então candidato foi levado para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e foi submetido a uma segunda cirurgia, quando foi feito um procedimento de desobstrução que retirou aderências de seu intestino delgado.
Após a posse, em janeiro de 2019, o presidente realizou o terceiro procedimento para retirar a bolsa de colostomia colocada após a facada. Ele utilizava o acessório desde o atentado e precisou ficar 18 dias internado em São Paulo.
Em setembro do mesmo ano, fez a quarta operação, desta vez para corrigir uma hérnia causada por uma das operações anteriores, uma consequência comum em operações no intestino.
Em janeiro de 2020, o presidente foi internado para a realização de exames e fez também uma vasectomia, cirurgia para homens que não desejam ter mais filhos. Essa cirurgia — a quinta realizada após o atentado de 2018 — não foi confirmada oficialmente pelo Palácio do Planalto.
Em setembro de 2020, o presidente também retirou um cálculo renal através de uma cistolitotripsia endoscópica, procedimento pouco invasivo. Esta foi a sexta e última cirurgia desde então.
Em julho do ano passado, a saúde do presidente voltou a ser tema após ele ser internado por quatro dias após dias de intensa crise de soluços. Bolsonaro demonstrou incômodo pela primeira vez no dia 5, quando, em sua tradicional conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, disse que estava falando pouco por ter feito dois implantes dentários no sábado anterior.
Dias depois, durante uma entrevista, o presidente explicou que estava com soluço e afirmou que acreditava que a causa eram remédios. Ele chegou a ser internado em Brasília após sentir dores abdominais e depois foi transferido para São Paulo. Uma cirurgia chegou a ser cogitada, mas logo depois foi descartada.