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Não dá para investir em mobilidade urbana e zerar tarifa, diz BNDES

Segundo Luciene Machado, superintendente do banco, 'mobilidade urbana é o tema do momento'

Luciene Machado no Fórum Infra da EXAME: mobilidade urbana é um setor que tem gap de investimentos (Eduardo Frazão/Exame)

Luciene Machado no Fórum Infra da EXAME: mobilidade urbana é um setor que tem gap de investimentos (Eduardo Frazão/Exame)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10h23.

A mobilidade urbana deve se tornar a principal aposta do BNDES em infraestrutura em 2026. Segundo Luciene Machado, superintendente do banco de fomento, o tema está no centro das discussões estratégicas da instituição e deve ganhar espaço tanto na agenda do setor privado quanto do setor público no próximo ano.

“A mobilidade urbana é o tema do momento. O debate hoje é muito positivo. É um setor em que percebemos um gap muito grande em termos de investimento”, afirmou Machado, durante o Fórum Infra da EXAME.

O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, prevê um investimento total de R$ 35,7 bilhões em mobilidade urbana sustentável, com foco em obras em grandes e médias cidades, além de um programa específico para renovação de frota.

Para a executiva, o debate sobre mobilidade urbana está inserido em um contexto mais amplo, que envolve principalmente o financiamento de projetos em um cenário em que avança a discussão sobre tarifa zero.

“Todo investimento em ferrovias é centralizado. Temos o sonho de diversificar essa pauta. Não vai dar para fazer investimentos e zerar tarifa ao mesmo tempo. Não tem bala de prata para a infraestrutura”, disse.

Desafios para infraestrutura

Mesmo com a mobilidade urbana no radar do BNDES, ainda há desafios relevantes para que os projetos avancem. Segundo Luciene Machado, superintendente do banco, as iniciativas devem ganhar mais força a partir de 2026 e têm potencial para decolar em 2027.

“Temos o marco legal tramitando no Congresso. Temos o desafio da modicidade tarifária. A ideia é converter esses 187 projetos de mobilidade do BNDES em modelagens maduras e ver os investimentos decolando em 2027. Sem projetos, teremos apenas boas iniciativas”, afirmou.

Para Roberto Guimarães, diretor de planejamento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), uma das formas de destravar os investimentos em mobilidade urbana é por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

“Precisaremos de muito mais PPPs para o setor de mobilidade urbana. Estamos trabalhando em prol disso. Prevemos 300 bilhões de reais em investimentos privados para o setor de infraestrutura”, disse.

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