Brasil

Infraero terá poder de veto em aeroportos privatizados

Empresas interessadas já demonstraram preocupação com essa perspectiva, pois a Infraero terá participação minoritária nos consórcios

O leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília está marcado para o dia 22 de dezembro (Valter Campanato/ABr)

O leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília está marcado para o dia 22 de dezembro (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 19h36.

São Paulo - A Infraero terá poder de veto nas decisões que serão tomadas pelas companhias a serem formadas na privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. O ministro da secretária de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a estatal terá a palavra final nas questões que forem consideradas pelo governo como "relevantes e estratégicas".

Empresas interessadas já demonstraram preocupação com essa perspectiva, pois a Infraero terá participação minoritária nos consórcios. O poder de veto é uma das principais definições do modelo de licitação, que deverá ser encaminhado ainda esta semana ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Pelas regras conhecidas até o momento, a Infraero terá até 49% da participação na empresa que vai administrar os aeroportos após a transferência do negócio à iniciativa privada. Além disso o governo pretende utilizar o dinheiro da concessão desses aeroportos lucrativos para financiar os regionais, que normalmente são deficitários.

O leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília está marcado para o dia 22 de dezembro. Para que consiga realizar a concessão, o edital deve ser publicado ainda em outubro. Se o cronograma não for alterado, a ideia do governo é que esses três aeroportos sejam repassados para a nova administração em fevereiro.

Segundo a analista de aviação civil da SLW Corretora, Rosangela Ribeiro, o poder de veto concedido à Infraero pode causar vários questionamentos das empresas interessadas, o que pode obrigar o governo federal a ter de adiar a data da concessão. Isso já ocorreu antes. O excesso de dúvidas de empresas no edital de licitação fez com que a data do leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, fosse alterada.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosAviaçãoEmpresas estataisEstatais brasileirasInfraeroInfraestruturaLicitaçõesServiçosSetor de transporteTransportes

Mais de Brasil

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos

Governo de SP realiza revisão do gasto tributário com impacto de R$ 10,3 bilhões

Bandeira tarifária de janeiro se mantém verde, sem cobrança extra