Brasil

Inflação oficial registra maior alta desde abril de 2005

IPCA fechou janeiro com elevação de 0,83%; em 12 meses, acumula 5,99%

Tombini: trazer a inflação de volta ao centro da meta é a prioridade do Banco Central (Divulgação/Ordem dos Economistas do Brasil)

Tombini: trazer a inflação de volta ao centro da meta é a prioridade do Banco Central (Divulgação/Ordem dos Economistas do Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 10h57.

São Paulo - A inflação oficial do Brasil iniciou o ano com alta de 0,83% ante 0,63% em dezembro de 2010. É a maior taxa mensal desde abril de 2005. No acumulado em 12 meses, o IPCA registra elevação de 5,99%, bem próximo do teto da meta (6,5%).

Os grupos Transportes e Alimentos e Bebidas foram os principais vilões, contribuindo para dois terços da alta do IPCA. segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo do índice.

"Alguns alimentos tiveram taxas de crescimento menos intensas de dezembro para janeiro, com destaque para refeição em restaurante (de 1,98% para 0,97%), frango inteiro (de 4,81% para 0,93%), carne seca (de 5,82% para 2,49%), açúcar cristal (de 2,06% para 1,59%) e leite pasteurizado (de 1,61% para 0,75%). Outros itens, porém, tiveram aumentos expressivos, como tomate (de 8,86% para 27,11%), cenoura (de 14,93% para 22,32%), frutas (de -0,88% para 4,40%) e hortaliças (4,19% para 15,57%)", diz o relatório do instituto.

As carnes, cujo preço não parava de subir nos últimos meses, tiveram deflação de 0,19%. Outros produtos importantes que ficaram mais baratos foram o feijão (-10,49%), o arroz (-0,76%) e o alho (-4,86%).

Fonte: IBGE
Grupos Variação em dezembro Variação em janeiro
Alimentação e Bebidas 1,32% 1,16%
Vestuário 1,34% 0,12%
Despesas Pessoais 0,57% 0,83%
Educação 0,05% 0,30%
Saúde e Cuidados Pessoais 0,39% 0,47%
Habitação 0,49% 0,61%
Artigos de Residência 0,10% 0,25%
Transportes 0,29% 1,55%
Comunicação 0,05% 0,29%
IPCA Total 0,63% 0,83%

Em nota divulgada na manhã desta terça-feira (8), o Banco Fator destaca que todos os núcleos de inflação calculados tiveram alta em janeiro, o que aumenta a preocupação do Banco Central. Sobre os impactos no mercado financeiro, diz que "o mercado de juros reagiu de forma ambígua à divulgação desse dado, com aumento nas taxas curtas e queda nas longas, uma vez que se tem de levar em conta também o aumento de juros na China e o efeito que esse está tendo sobre os preços das commodities (que estão caindo)."

O IBGE também divulga a inflação oficial medida em várias regiões. Belo Horizonte (1,15%) liderou a alta dos preços no mês passado por causa do aumento da tarifa dos ônibus urbanos (6,52%) e intermunicipais (6,72%). Já Porto Alegre teve o menor índice (0,47%) devido à pequena variação de alimentos (0,47%) e à ausência de reajuste nos transportes.

Fonte: IBGE
Regiões Janeiro
Belo Horizonte 1,15%
Salvador 0,95%
Rio de Janeiro 0,94%
São Paulo 0,88%
Belém 0,86%
Curitiba 0,82%
Fortaleza 0,66%
Goiânia 0,56%
Recife 0,55%
Brasília 0,53%
Porto Alegre 0,47%
Brasil 0,83%

Notícia atualizada às 9h38

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