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Inflação dos alimentos não saiu do controle, diz Rossi

Ministro atribuiu aumento dos preços em 2010 ao crescimento da demanda externa e interna

Wagner Rossi acredita que a inflação dos alimentos já mostra melhora em 2011 (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

Wagner Rossi acredita que a inflação dos alimentos já mostra melhora em 2011 (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 14h45.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, admitiu hoje que os alimentos contribuíram para a alta da inflação em 2010, mas enfatizou que, mesmo assim, a situação não está fora do controle. "Não houve descontrole, a inflação dos alimentos não saiu dos limites", afirmou, durante entrevista coletiva para comentar os dados da balança comercial do agronegócio.

"Os alimentos geraram um pouco de inflação, mas é preciso lembrar que a produção agrícola foi grande âncora nos últimos anos e segurou a inflação", disse, repetindo o discurso feito em entrevista à Agência Estado no mês passado.

O ministro salientou que alguns preços saíram "um pouco fora da margem" no ano passado, mas atribuiu o movimento ao aumento "extraordinário" da demanda internacional e doméstica. Um exemplo citado por Rossi foi o das carnes. Além do aumento das compras do produto, ele atribuiu a elevação a dois fatores pontuais: a seca prolongada no ano passado e a falta de caixa dos pecuaristas, resultante de uma período conturbado para o setor dois anos atrás.

Para o ministro, no entanto, o próprio preço da carne tende a se equilibrar nos próximos meses. "Os primeiros números da inflação de alimentos em 2011 já mostram acomodação", afirmou.

Exportações

Rossi admitiu hoje que as exportações do setor cresceram menos do que as de outras atividades do País, apresentando, assim, uma participação menor nas vendas totais brasileiras em 2010. Segundo dados apresentados hoje, apesar de as exportações do agronegócio terem registrado o recorde de US$ 76,4 bilhões no ano passado, a participação do setor caiu de 42,5% para 37,9%.

A explicação para essa diminuição é a crise financeira internacional. Segundo o ministério, em 2009, as exportações do agronegócio tiveram queda inferior à registrada pelos demais setores, uma vez que a demanda por produtos agropecuários é menos influenciada pela renda. Esse fator, de acordo com o ministério, contribuiu para que o setor sustentasse o superávit naquele ano. "Passada a crise, em 2010, a recuperação das exportações dos demais produtos foi superior ao incremento das vendas agropecuárias, o que resultou na queda de participação", informou nota do ministério.

As exportações brasileiras do agronegócio cresceram apenas 3% em volume em 2010 na comparação com 2009, segundo o ministro da Agricultura. "Pode parecer pouco, mas é muito significativo para quem saiu de uma crise. Economias de alguns países não cresceram tanto assim", avaliou Rossi. Em preços, as exportações registraram incremento de 14,6%. E em valores, que é a combinação de preço e quantidade, o aumento é de 18% de um ano para o outro.

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