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Inep classifica escolas em 7 níveis socioeconômicos

Com a classificação socioeconômica, o Inep apresenta os resultados da escola e também um quadro de comparação com o Brasil e outras redes


	Sala de aula: vários especialistas em educação reclamavam que os dados de desempenho não levam em consideração a diferença de perfil de alunos
 (Wikimedia Commons)

Sala de aula: vários especialistas em educação reclamavam que os dados de desempenho não levam em consideração a diferença de perfil de alunos (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2014 às 10h06.

São Paulo - As escolas passaram a receber boletins de desempenho na Prova Brasil com a contextualização de dados e também com mais detalhes pedagógicos sobre o que significam as notas médias.

O jornal 'O Estado de S. Paulo' teve acesso nesta semana ao novo documento que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) começou a encaminhar na sexta-feira (28) para as unidades escolares.

A partir de agora, as instituições serão classificadas em níveis socioeconômicos. São sete ao todo, calculados a partir da renda indireta dos alunos (com perguntas, por exemplo, sobre bens familiares) e escolaridade dos pais.

Com a classificação socioeconômica, o Inep apresenta os resultados da escola e também um quadro de comparação com o Brasil e outras redes, como já ocorria, mas também com colégios similares.

Esses grupos de escolas são definidos tanto pelo nível socioeconômico quanto pela rede e região.

Vários especialistas em educação reclamavam que os dados de desempenho, como o Ideb e a Prova Brasil, não levam em consideração a diferença de perfil de alunos ao comparar todos de uma única forma.

O maior responsável pela contextualização dos dados é o presidente do Inep, Francisco Soares, que promete esses critérios para todas as avaliações do Ministério da Educação (MEC).

"A comparação é fundamental, mas devo comparar a escola que trate com alunos parecidos", diz ele. "A pobreza não define, não é destino, mas é um fator no resultado. Precisamos saber por que escolas parecidas têm sucesso e outras, não."

Risco

O professor da USP Ocimar Alavarse entende que é importante saber as diferenças socioeconômicas, mas teme por um reflexo negativo.

"Pode ter o risco de fazer com que as escolas joguem a toalha ao ser classificada em níveis muito baixos", afirmou. Segundo dados obtidos pelo jornal 'O Estado de S. Paulo', a maioria da escolas (61%) está nos níveis 4 e 5 - de uma escala de grupos que vai de 1 a 7.

O Inep também organizou no documento de devolução da escola o porcentual de professores com formação adequada. Mas, segundo Soares, o segundo aspecto mais importante é que o novo documento traz uma explicação mais detalhada sobre o que provavelmente o estudante sabe, de acordo com as notas alcançadas.

São correlações entre as pontuações e os itens da Prova Brasil.

"Estamos preocupados com essas duas dimensões, da contextualização e da explicação. Isso é um avanço, mas ainda será difícil para as escolas conseguirem fazer a vinculação com o trabalho na aula", disse Francisco Soares.

Portal

O instituto trabalha para criar um portal em que será possível colocar a nota e visualizar os itens, além de ter acesso a uma explicação sobre os níveis. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

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