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Indignado com denúncia, Maluf vai investigar colegas do PP

Condenado na Justiça francesa por lavagem de dinheiro, deputado disse que vai investigar atividade do partido


	Deputado Federal Paulo Maluf: membro da comissão do impeachment, Maluf disse que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto.
 (Beto Oliveira/Câmara dos Deputadores)

Deputado Federal Paulo Maluf: membro da comissão do impeachment, Maluf disse que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto. (Beto Oliveira/Câmara dos Deputadores)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2016 às 09h19.

Brasília - Condenado na Justiça francesa por lavagem de dinheiro, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) disse na terça-feira, 5, que vai investigar se o Palácio do Planalto está oferecendo cargos para "comprar" partidos e deputados em troca de livrar a presidente Dilma Rousseff do impedimento.

Membro titular da comissão especial do impeachment, Maluf disse que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto e defenderá o afastamento da petista.

Dizendo-se "não comercializável", Maluf demonstrou indignação com as denúncias de negociação entre governo e os atuais aliados PP, PR e PSD. "Quando acho que devo votar, eu voto de graça. Quando eu acho que não devo votar, não tem cargo que faça mudar meu ponto de vista", afirmou.

Maluf disse acreditar que Dilma é uma pessoa correta, honesta e que não merece o impeachment. "Eu já sofri muito na vida pública, injustiças, portanto eu não posso cometer uma injustiça contra uma pessoa correta", alegou.

O deputado disse que pode mudar sua opinião sobre o afastamento de Dilma se comprovar que houve oferta de cargos para deputados. "A única maneira de mostra que eu não recebi, não recebo e não receberei cargos é votando pelo impeachment", declarou.

A decisão, no entanto, ainda não foi tomada. "Estou investigando e vou investigar membros do meu partido". Ele se considera liberado para votar no processo de acordo com sua consciência.

Para esta quarta-feira, dia 6, está marcada a votação sobre o desembarque ou não do PP do governo. A votação está marcada para ocorrer na reunião das bancadas da Câmara e do Senado convocada pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), para 14h de hoje.

PP no governo

O Palácio do Planalto vem sinalizando nos últimos dias que está disposto a ampliar o espaço do PP no governo. Apesar de ter afirmado que só fará reestruturação na Esplanada dos Ministérios após a votação do impeachment na Câmara, na terça-feira a presidente Dilma entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para Antonio Iran Costa Magalhães, nome ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL. Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma "dívida antiga" da presidente com a sigla.

Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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