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Índice de abstenção para 1º turno presidencial é recorde

No total, 27,698 milhões de pessoas não foram às urnas neste domingo, 19,39% do total de eleitores do País


	Eleitores formam fila para votação no Rio de Janeiro, durante as eleições de ontem
 (Mario Tama/Getty Images)

Eleitores formam fila para votação no Rio de Janeiro, durante as eleições de ontem (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 20h25.

Brasília - A proporção de eleitores que deixou de votar para presidente no primeiro turno das eleições deste ano é a mais alta desde 1998. 

No total, 27,698 milhões de pessoas não foram às urnas neste domingo, 19,39% do total de eleitores do País. O dado vem crescendo desde 2006, quando era de 16,75%, e é o mais alto desde as eleições presidenciais de 1998, quando atingiu 21,49%.

Nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - onde os três principais candidatos à Presidência da República focaram suas campanhas eleitorais na última semana - os índices ficam até acima da média nacional, chegando a 19,5%, 20,0% e 20,1%, respectivamente.

Os maiores níveis de abstenção foram registrados no Maranhão, onde 23,6% dos eleitores deixaram de votar, e na Bahia (23,1%).

Para o procurador regional eleitoral de São Paulo, André de Carvalho Ramos, há alguns fatores que desmotivam o eleitor a votar. Um deles é a existência de muitos candidatos, com propostas semelhantes e que não são vistos como capazes de fazer rupturas.

O procurador regional eleitoral do Distrito Federal, Elton Ghersel, vê "desinteresse de parcela do eleitorado".

Para Ghersel, as hipóteses de falha humana, como assinatura de um eleitor no espaço reservado para outro ou casos de homônimos, são pontuais e não influem neste resultado. "Os obstáculos são desprezíveis", avalia o procurador do DF.

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o dado não causa preocupação. "Ainda com o aumento, não fugiu muito da média. São diversos fatores que geram abstenção: pessoas que mudaram de domicílio, outras que trabalham no dia da eleição", afirma o ministro Henrique Neves.

Ramos, da procuradoria eleitoral de São Paulo, vê o atual sistema de financiamento de campanhas, o voto proporcional e a apresentação de programas de governo genéricos como elementos que não incentivam a população.

"O eleitor percebe que as campanhas são milionárias com poucos financiadores. Também percebe o voto às cegas no parlamento", afirmou. "São pontos da legislação que geram desmotivação dentro de um contexto de voto obrigatório", disse.

Biometria

Os dados de abstenção em Estados onde o cadastro biométrico foi utilizado com 100% dos eleitores são vistos pelo TSE com animação.

Os dois índices mais baixos de abstenção vieram de regiões com o sistema implementado: Amapá (10,4%) e Distrito Federal (11,6%). Para Henrique Neves, do TSE, o cadastro biométrico permite o registro mais fiel do eleitorado da região.

"Para a biometria, foi realizado um recadastramento, quando é possível estabelecer quem efetivamente ainda é eleitor apto a votar naquele Estado e retira, por exemplo, quem já morreu, quem mudou de domicílio", afirmou.

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